• Vasco Pulido Valente, Alucinações [hoje no Público]:
- ‘Como raio ocorreu a Passos Coelho tomar a estúpida e aventureira decisão sobre a Taxa Social Única? Por que razão a tomou? E em que circunstâncias: coagido ou em liberdade? E teve ou não o apoio prévio do CDS? Estas perguntas precisam de uma resposta clara, porque o juízo final sobre o Governo depende do conhecimento da história toda até aos seus mais pequenos pormenores. Já não se trata de um acidente, que um "recuo" (como por aí se diz) poderia com sorte resolver. O próprio Governo está em causa. A transferência de uma enorme quantidade de dinheiro dos trabalhadores para os patrões, sem um efeito seguro e previsível (seja o que for que o primeiro-ministro pretenda) exige uma longa explicação aos portugueses. Se ela não aparecer ou se limitar a trivialidades teóricas, Pedro Passos Coelho, com o país maciçamente contra ele, tarde ou cedo acabou.
A primeira hipotética resposta é a de que alguns conselheiros de serviço (sabemos quem são) insistiram na bondade e na oportunidade da coisa: o sr. Álvaro, por exemplo, antes de o fazerem ministro já falava nela. A segunda resposta, consoante o primeiro-ministro, é a de que o FMI a impôs, mas desgraçadamente só há sobre esse ponto a palavra dele. A terceira resposta é, também na versão do primeiro-ministro, a de que Portas sabia e concordou com tudo - e, do outro lado, o silêncio prudente e ameaçador de Portas. De qualquer maneira, e por muito respeito que nos mereça a palavra de Passos Coelho [sic], a reforma da TSU continua pura matéria de especulação, o que diverte os comentadores, mas não descansa os portugueses.’
Sem comentários :
Enviar um comentário