sábado, setembro 15, 2012

“Passos Coelho tem mentido repetidamente aos portugueses, contrariando muitas das garantias que deu em campanha eleitoral”


• Nicolau Santos, Átila, Nero, Frankenstein e o xerife de Nottinham [hoje no Expresso]:
    2. Depois de ter incendiado o país, indiferente à estupefação, angústia e dor que lançou sobre a generalidade dos portugueses, o primeiro-ministro foi para o Coliseu cantar, exercitando a sua bela voz de barítono ao som da “Nini dos meus quinze anos”. Fez como Nero, que depois de ter incendiado Roma foi tocar lira para um dos seus palácios enquanto observava o belo espetáculo da cidade a arder. (…) O primeiro-ministro fez questão de ser ele a dar a má notícia. Mas ficará sempre a dúvida se a medida é dele ou uma imposição da troika a que, subservientemente, obedeceu. E ninguém diga que não havia opção. Quando a troika disse aos irlandeses para subirem o IRC sobre as empresas, eles recusaram, com o argumento verdadeiro de que esse é o traço distintivo da sua economia e o que lhe permite atrair investimento direto estrangeiro. Em Portugal, o primeiro-ministro segue o caminho do bom aluno, esperando com isso conseguir os favores do professor.

    3. E conseguiu, mas por demérito próprio e da troika. Vítor Gaspar, o infalível ministro das Finanças, o homem ungido pelo BCE para nos levar aos caminhos da redenção, falhou espetacularmente num dos aspetos-chaves do ajustamento: a redução do défice para 4,5%. Mas este falhanço é também o falhanço da troika. Nem Vítor Gaspar nem a troika conseguiram prever que a economia se iria afundar fortemente com a carga fiscal que lhe puseram em cima — e que, com isso, as receitas fiscais se iriam ressentir dramaticamente. E nem Vítor Gaspar nem a troika querem assumir publicamente o falhanço. (…)’

1 comentário :

Anónimo disse...

"O ministro das finanças mais rigoroso desde o 25 de abril."
Alguém se lembra que besta disse esta frase?
Aparentemente, até os banqueiros foram enganados...