segunda-feira, outubro 29, 2012

“Mesmo que atrás de si deixem um país de pobres, espoliados, endividados, famintos, desempregados, e sem liberdade”

• Tomás Vasques, A grande conspiração:
    ‘(…) Esta “refundação” do Estado foi anunciada por Passos Coelho, em Abril de 2010, no discurso de encerramento do congresso do PSD, no qual foi eleito, pela primeira vez, presidente do partido, ao assumir como principal prioridade política do seu mandato a revisão da Constituição. Um mês depois, explicitou melhor as suas preocupações: que fossem retiradas da Constituição as expressões “tendencialmente gratuito” nos capítulos da saúde e da educação e o conceito de “justa causa” na proibição dos despedimentos. Desde essa altura até hoje, há todo um programa executado deliberadamente para conseguir os objectivos sem que seja necessário fazer a pretendida revisão constitucional – um golpe de Estado permanente. Revisitar as declarações de Passos Coelho que fundamentaram o derrube do último governo ou as que proferiu durante a campanha eleitoral dão-nos a medida desta conspiração neoliberal em curso. O Orçamento do Estado para 2013, agora apresentado, é um dos últimos actos desta encenação. Vítor Gaspar não ignora as consequências para os portugueses, e para a economia, que irão resultar da execução do seu Orçamento para 2013. Ele conhece, melhor do que ninguém, os efeitos devastadores que irá provocar, inclusive no défice orçamental e no aumento da dívida pública. Mas, esse é o objectivo de Vítor Gaspar e Passos Coelho: criar as condições que “legitimem” a aplicação do seu programa ideológico, mesmo que atrás de si deixem um país de pobres, espoliados, endividados, famintos, desempregados, e sem liberdade.’

3 comentários :

ACORDAI, HOMENS QUE DORMIS! disse...



Um autêntico golpe-de-Estado "soft", que só pode mesmo ser derrotado por um novo 25 Abril, mas desta vez "hard", que não deixe, como o de 74, os pides e os juízes dos plenários impunes.

Anónimo disse...

Todos os dias me pergunto como é possivel que o povo Portugues tenha deixado estas raposas entrarem pelo galinheiro adentro...

Marcelo do Souto A. disse...


Essa é uma grande questão, mas não resolve nada.


O que importa agora é impedir que uma tal tragédia se volte a repetir nos séculos mais próximos.