sexta-feira, outubro 05, 2012

No aniversário da República

• Pedro Adão e Silva, MEMÓRIA DO FUTURO [hoje no Expresso]:
    ‘Ao suprimir os feriados de 5 de outubro e de 1 de dezembro, o Governo revela um misto de leviandade e irresponsabilidade, sugerindo, uma vez mais, que está convicto de que tudo é reconstruível a partir da vontade política do momento, num experimentalismo que só pode correr mal. Mal ou bem, hoje com uma distância simbólica crescente, os feriados que celebram o regime e a independência são uma forma de sincronizar o nosso passado coletivo com o presente, constituindo uma memória coletiva, que é um requisito para existirmos como nação no futuro.

    Convém, contudo, não desvalorizar que o fim da celebração da República tem também um efeito de ocultação do que veria ser, o chão comum em que assenta o nosso regime e a nossa comunidade. A República, por um lado, como representação pluralista e livre dos cidadãos, e quadro institucional no qual se constrói a nação; por outro, como regime onde prevalece o primado da política como resposta à questão económica e social e não o contrário.

    Esta crise tem sido, de facto, uma oportunidade para brincar com o fogo, e como descobriremos, infelizmente, à degradação económica e social seguir-se-á a decadência política e institucional, num contexto em que os laços que nos uniram foram sendo paulatinamente destruídos. Se não nos celebramos como comunidade política independente, corremos o risco de deixar de o ser.’

2 comentários :

Filipe disse...

Ainda não vi o PS dizer com todas as letras: Quando formos Governo os feriados de 5 de Outubro e 1º de Dezembro serão retomados.

Ant.º das Neves Castanho disse...



Não se perde nada.


Brutogal não merece existir.