segunda-feira, outubro 08, 2012

Viagens na Minha Terra


1 comentário :

templario disse...

"SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS" - Artigo a ler para refletir.

Ponho-me muitas vezes esta questão. Que é feito deles? Onde param ou costumam parar...? Tornaram-se simplesmente panfletários? Preocupados apenas em que se privilegie ou não a "austeridade"? O que se discute e se confronta no nosso coletivo? Existe um pensamento português, se quiserem, um pensamento filosófico português? Existe! E de que teias de aranha precisa de se libertar? Será que eles existem agora? Existem! Nunca vi na minha vida perorar tanto por um novo povo que se conforme com o conjunto das nossas elites - afinal, as mesmas de sempre... "Temos de mudar?", conclamam agora muitos ditos intelectuais ou pseudo-intelectuais. Temos, quem?! O povo?! Quando escrevem e falam, estão ligados ao coletivo, ao povo que os pariu, alimentou e suportou encargos para os educar?

Sabe-se que em momentos de grande crise numa sociedade, o ambiente social não é muito propício à reflexão, à criação. E nós vivemos na antecâmara de uma coisa terrível..., que nem é bom dizê-la, mas que ficou bem expressa numa frase de um intelectual, no "Público" do passado sábado: "...porque o eleitorado em 2009, prevenido da crise que vinha, nem por isso deixou de votar em Sócrates, para um ano depois o correr como um vil político que devia estar preso"(José Pacheco Pereira, o eterno candidato a Mordomo ou Dapífero de uma corte especial democrática, ou outra qualquer, que escreve livros, lê muitos livros, escreve nos jornais, tribunas nas televisões, etc..). Quem é que devia estar preso Senhor José Pacheco Pereira? Quantos milhões de milhões se perderam de 1985 a 1995? Quantos milhões de milhões se desbarataram com o BPN, BPP e na Madeira? Faça as contas e quase decerteza ultrapassaria os 78 mil milhões. O seu partido foi tomado por bandos de malfeitores desde 1985.

Mas costumo colocar-me uma outra questão. Que é feito, neste momento, do Movimento Estudantil Universitário? O que é que se está a passar nas nossas universidades? Conspiração?! Conformação?!

Como caraterizar a burguesia nacional e estratos sociais da nossa sociedade? Em que estadio está o desenvolvimento das nossas forças produtivas? Que tipo de alianças no seio da nossa sociedade são neste momento prioritárias e possíveis? Há uma burguesia nacional forte e independente no contexto internacional? Existe a tradicional classe operária para uma revolução socialista? O mundo de hoje aceita uma revolução de partido único? Que entendimentos e alianças são possíveis no nosso País?

Será que o paradigma dos nossos actuais intelectuais é o filósofo José Gil, muito na crista desta direita, que fugiu de Moçambique atrás de uma corsa..., que deixou de ser comunista porque o criticavam de gostar de jazz, e, vejam só!!!, conheceu Portugal e os portugueses numa conversa que teve em Paris com o filósofo Gilles Deleuze, para num livro concluir que um povo com 850 anos será "invejoso", "familiarista" e tem medo de existir, não aprende com a experiência. Outros dizem que os portugueses têm falta de mundo, de conhecer o que se passa lá fora!!! - um povo que conhece os cantos todos do mundo, do céu e da terra.

Eu que não sou intelectual (minha nossa!) aconselharia aos nossos intelectuais (se é que eles existem...) a ler o "Portugal" de Miguel Torga. Para aprenderem a amar o povo que somos e de que fazem parte e a analisarem bem o tipo de governantes que temos, bem como a sua "entourage".

E escrevessem e parlapeassem para o povo com amor pelo povo. De facto, o melhor do mundo.

Vá lá senhores intelectuais da treta! Saiam da vossa zona de conforto! Usem o vosso privilegiado intelecto ao serviço do povo. Quem me dera ter esse dom para ajudar a pensar um Portugal onde o povo seja feliz.

Portugal é do povo! O povo de 1383-1385. Compactuar com esta canalha que nos trata como gado é traição!