segunda-feira, novembro 19, 2012

“Estas afirmações, vindas das duas principais figuras políticas do país, seriam hilariantes não se desse o caso de se tratar de um assunto tão sério e grave para milhões de desesperados”

• Domingos Ferreira, Porque não se demitem? [hoje no Público]:
    ‘O Banco de Portugal, no seu último relatório, arrasou as previsões do Governo. Cavaco Silva, não querendo ficar atrás, acordou finalmente da sua letargia presidencial e sussurrou: "A economia portuguesa está numa situação muito, muito pior do que aquela que já se antecipava". Pedro Passos Coelho (PPC) acrescenta: "A taxa de desemprego está em linha com as previsões do Governo." Estas afirmações, vindas das duas principais figuras políticas do país, seriam hilariantes não se desse o caso de se tratar de um assunto tão sério e grave para milhões de desesperados.

    Por isso, colocam-se as questões: onde estava Cavaco Silva e o primeiro-ministro quando diversos reputados economistas, entre eles Nouriel Roubini e o laureado Nobel Paul Krugman, se fartaram de avisar acerca do impacto negativo das medidas de austeridade? Se o primeiro-ministro conhecia antecipadamente estes indicadores, porque não actuou de forma a evitar este desastre? Como é possível que não se tirem consequências e se atribuam responsabilidades quanto à ignorância de um e ao rotundo falhanço de outro? Por que é que não se demitem? Afirma PPC: "Os resultados virão mais tarde". Mais tarde, "estaremos todos mortos!" Assim, sem qualquer estímulo económico e com mais cortes (4 mil milhões de euros), bem como um package de novos impostos, não só a economia continuará a encolher, como também o desemprego continuará dramaticamente a aumentar.(…)’

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