quinta-feira, novembro 08, 2012

O corte a que querem chamar reforma

• Eurico Brilhante Dias, O corte a que querem chamar reforma:
    ‘Será que é desta reforma – deste redesenho de processos – de que está a falar o Governo quando nos propõe um corte de 4 mil milhões? Ou quer apenas uma "cortina de fumo" para o clamoroso falhanço da execução orçamental de 2012 e para falta de credibilidade do cenário macroeconómico que sustenta o OE13? Adicionalmente surgem outras perguntas: porquê agora? O que mudou desde Maio de 2012 (sim, há apenas seis meses!) quando foi apresentado o DEO? Porque aumentaram os impostos de forma brutal e não começaram pela despesa?

    A resposta é simples: porque a estratégia orçamental falhou, o défice orçamental sem medidas "one-off" é praticamente idêntico ao de 2011 e a dívida pública atingirá os 124% do PIB em 2013. O Governo está sem norte e precisa rapidamente de cortar mais 4 mil milhões de euros; e tem de fazê-lo até Fevereiro. Ou seja, não tem tempo nem dinheiro; tem uma urgência que a sua teimosia e incompetência criou. Não quer, porque não a pode ter nestas condições, uma reforma; quer (mais) um corte. Mais austeridade.

    O desemprego atingirá mais de 16%, o défice para recuar até aos 4,5% precisará de mais medidas (0,5% do PIB, um Plano B que a própria Troika terá exigido – o que não passa de um ajustamento do próprio multiplicador para valores mais próximos do que havia defendido o FMI no seu "Outlook" de Outono), e os compromissos internacionais, tal como estão desenhados, não suportam eles próprios uma perda tão acelerada de valor (de produto – de emprego e de empresas). O PS avisou e propôs alternativas; o Governo ignorou.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Esta merda é incrível: http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=2873489