domingo, novembro 11, 2012

“Um corte de 4 mil milhões de euros no Estado social, travestido de reforma desse Estado”

• José Junqueiro, Talvez seja a "última ceia" [hoje no Público]:
    ‘O Conselho de Finanças Públicas, o Conselho Económico e Social, Bruxelas ou a UTAO na AR, acabam de referir ao Governo que o OE 2013 é uma missão impossível. Cumulativamente, o INE, o Eurostat ou os números da própria DGO (Direção-Geral do Orçamento) traduzem a missão impossível que também foi este OE 2012.

    Partidos e comentadores à parte, ainda que como eles, todas as instituições de referência concluem por um denominador comum: o caminho do Governo transformou-se num "beco sem saída" para o país. Em conclusão, Passos Coelho falhou e sabe muito bem que está sem soluções. Persiste apenas a teimosia e a "obsessão intelectual" do ministro das Finanças, uma patologia que a medicina define como "estado do doente cuja consciência está ocupada com uma ideia que não pode expulsar". Um primeiro-ministro que se deixa aprisionar por uma evidência que corrói o país, as instituições, as famílias e as empresas, incapaz de um sinal de humildade ou de grandeza, transforma-se num irresoluto. Posto isto, é mais fácil compreender que o Governo tenha, na solidão de uma maioria absoluta, no mais completo segredo, combinado com a troika, em setembro último, um corte de 4 mil milhões de euros no Estado social, travestido de reforma desse Estado. Dispensando os conselhos de Minerva, apressadamente contratou Hermes para levar uma carta ao líder da oposição, mas afixando pelo caminho editais por forma que este soubesse primeiro na "ágora" o que lhe era destinado com falsa reserva. E tudo isto deve ter sido combinado em casa de Dioniso. Só pode!’

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