terça-feira, novembro 27, 2012

"Vejam-se as estatísticas (que ainda vão aparecendo) e não os números confusos de que nos fala o ministro das Finanças"

• Mário Soares, Outra Cimeira inútil:
    3. E A SITUAÇÃO PORTUGUESA?

    Não vai mal. Vai péssima. Piora, dia a dia, semana a semana, mês a mês, ano a ano. Desde que o atual Governo está no poder. Vejam-se as estatísticas (que ainda vão aparecendo) e não os números confusos de que nos fala o ministro das Finanças - não para as pessoas - que por mais que queiram, não são capazes de o entender (eu incluo-me infelizmente, nesse número, seguramente, muito elevado)...

    Mas há que pensar também que o Governo, entre si, não se entende. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, está com o desejo evidente de abandonar este Governo, cuja política não assume, porque é contrária ao que sempre anunciou ao seu eleitorado. Porquê? Pela pressão que sobre ele é feita. Poderia agora ir visitar as feiras e dar beijinhos às peixeiras? Resposta: ele que se atreva...

    O PSD, se não me engano, são hoje dois Partidos: o que aprova a política do Governo (muito minoritário) e o que a desaprova totalmente, embora por razões diferentes (maioritário). Esta cisão foi-se aprofundando por múltiplas razões e também à medida que os militantes do PSD, responsáveis pelas autarquias (municípios e freguesias) foram percebendo a impopularidade que cairia sobre eles com a proximidade das eleições autárquicas. E desde que se começou a falar da chamada reforma autárquica, inventada pelo ministro Relvas.

    Mas no seio do Governo começa também a haver ministros a dar sinal de dissidência. Cito o caso do ministro Álvaro Pereira - que é valente, visto ter sido até agora o único que afrontou as vaias, saindo do carro que estava a ser batido e, sem medo, enfrentou os populares. É significativo, porque voltou agora a ter a coragem de dizer que era necessário "menos austeridade, e mais crescimento e emprego". Quer dizer, boa parte do Governo Passos Coelho não se entende entre si.

    Será que o Governo e o seu chefe, Passos Coelho, que raramente comunica com o povo, tem consciência do que a esmagadora maioria dos portugueses pensa do seu Governo e dele próprio? Se a tivesse, seguramente que há muito teria tido a honradez de se demitir.

    Veremos como vai correr a votação do Orçamento para 2013. Tendo em conta que o medo impera hoje nas pessoas, mesmo com lugares importantes. E muitos outros estão desorientados sem saber o que fazer ou para onde podemos ir. Veremos o que faz o Presidente da República, que teima em estar calado, quando mais seria preciso que falasse. Veremos o que faz o Tribunal Constitucional. De qualquer maneira, como escrevi há dias, o Governo está cada vez mais impopular (se é possível). E se teimar em continuar como tem estado, vai acabar muito mal. O desespero leva à violência, como a história nos ensina.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Já estamos a "bater com eles na lage" os macacos já não se riem

Borda d'Água anúncia que 2013 vamos ter água no nabeiro e sol na eira.

Promesa do Pinóquio

Faroleiro