• António Correia de Campos, O teste da sobrevivência [hoje no Público]:
- ‘Restam duas questões por resolver: pode este Governo agora recauchutado, entronizado pelo Presidente, suprir os soluços de uma governação pífia ou claudicante? Tendo em conta o que se avizinha no calendário político, eleições autárquicas a cinco meses e europeias a treze meses? E, no calendário económico, com o fim da intervenção da troika em meados de 2014?
Tenho amigos que pensam estar agora garantida a paz política para os próximos seis meses, isto é, antes das autárquicas não haveria qualquer outra remodelação. Admitem também que, qualquer que seja o sinuoso percurso de obstáculos políticos que nos esperam, o Governo actual, forte da sua maioria parlamentar, resistiria pelo menos até ao final da intervenção da troika. Creio haver duas falhas neste raciocínio: a primeira consiste em não antecipar o resultado das malfeitorias que o Doutor Gaspar, sempre imaginativo e agora reconhecidamente vingativo, reforçado pelo recente apoio do Presidente, irá infligir aos portugueses, sobretudo na segurança social, saúde e educação. A anunciada sobrecarga sobre desempregados e trabalhadores em baixa será uma tentativa pouco saudável de escolher reféns para uma batalha onde tem sido acusado de lhe falecer a coragem para representar Portugal, em vez de patrocinar a troika. A segunda falha consiste em verter vinho novo em odres avinagrados, isto é, pensar que um mau Governo se transforma em bom graças a um ministro com experiência parlamentar e a um académico qualificado a gerir as forças centrífugas regionais do único investimento público que nos resta.’
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