terça-feira, junho 11, 2013

Portugal e a crise do euro

Pedro Lains publica no i um ensaio sobre O labirinto das ideias sobre o euro:
    ‘Como chegámos a uma situação em que a condução oficial da política económica e financeira é defendida com princípios normativos ou morais? Como se compreende a facilidade com que essa forma de tratamento dos problemas económicos é aceite em alguns círculos económicos nacionais?

    Quando o Ministério das Finanças estipula que "as causas últimas da crise nacional residem na incapacidade de adaptação da sociedade portuguesa às realidades da vida económica e financeira na área do euro", não se apercebe que está a tomar a sociedade portuguesa como um todo, que lhe está a passar um atestado de menoridade não comprovado e, mais grave ainda, que revela a impossibilidade de permanência no euro? Sim, porque incapacidade, neste contexto, não é senão sinónimo de impossibilidade. Quando Vítor Bento nos diz que em Portugal prevalece uma "moralidade social tolerante com desvios fiscais", não se apercebe que está apenas a fazer um juízo de valor com implicações sobre a verdadeira possibilidade de Portugal estar no euro?

    Uma parte da resposta a estas perguntas reside na falta de atenção histórica às afirmações apontadas. (…)’

3 comentários :

Anónimo disse...

o link já existe está aqui:

http://www.ionline.pt/iOpiniao/labirinto-das-ideias-sobre-euro

Miguel Abrantes disse...

Muito obrigado.

Imprensa séria precisa-se disse...


Excelente Arigo de Pedro Lains.

Mas não vai passar para o grande público, porque não existe hoje em Portugal NINGUÉM que traduza esta clareza académica em clareza jornalística (isto é, fundamentalmente televisiva).

E este é um dos maiores "bloqueios estruturais" da Economia portuguesa. O qual, enquanto não for devidamenmte "ajustado", não nos permitirá discutir com eficácia os assuntos sérios da Política nacional, que em grande medida são também internacional, no sentido EUROpeu.

E quando as coisas sérias não se discutem, sabe-se como é: a ignorância campeia, a desconfiança aumenta, o rancor e a raiva crescem e... a violência fica a um passo.

E não são os liberalóides que gostam tanto de fazer comparações entre a situação dos "mercados" e as das "famílias"? Pois então aqui têm mais uma, mas desta vez boa...