Catroguismo é o cavaquismo por outros meios

Poucas figuras evidenciam tão bem a combinação nauseabunda entre a direita dos interesses e a sua projecção política como Eduardo Catroga. Negociou o memorando da troika, saiu frustrado porque queria “ir além da troika”, apoiou as medidas extremistas de Passos & Gaspar, mas, perante o descalabro, demarca-se do estampanço, invocando, com argumentos falsos, que os pressupostos de partida estavam errados. Combate o papel do Estado na sociedade, mas assegura que o poder político lhe dê uma (segunda) reforma dourada.

Este pronto-socorro de Cavaco está aí de novo, agora a fazer uma campanha contra a “política”, os “políticos” e os “partidos”. Catroga não é um velho tolo com um copito a mais, é o porta-voz encarregue de dizer alto o que Cavaco não pode (ainda) dizer. Ele salta da prateleira dourada da EDP sempre que é preciso desbravar o caminho.