quarta-feira, julho 17, 2013

Cavaco e a sua gente

• Santana Castilho, As escolhas de Cavaco Silva [hoje no Público]:
    ‘Há pessoas com propensão para escolhas infelizes. Cavaco Silva, quando líder do PSD, escolheu Dias Loureiro para secretário-geral do partido e apadrinhou Duarte Lima no percurso que o levou a líder do respectivo grupo parlamentar. Já presidente da República, Cavaco Silva convidou João Rendeiro para dirigir a EPIS - Empresários pela Inclusão Social. Dias Loureiro não é propriamente alheio às trapalhadas que originariam a gigantesca burla do BPN. Duarte Lima é presidiário de luxo e suspeito de crime de homicídio. A fraude BPP tem um responsável: João Rendeiro.

    A 10 de Julho, quatro dias antes da comemoração da tomada da Bastilha (quem sou eu para lhe sugerir que revisite a França de 1789?), Cavaco disse branco e fez negro. Gritou por estabilidade e afundou todos em mais instabilidade: partidos, Governo em gestão e país em agonia. Não aceitando nenhuma das soluções que tinha, inventou a pior que alguém podia imaginar. O raciocínio que desenvolveu é mais uma das infelizes escolhas em que a sua vida política é pródiga. O compromisso que pediu significaria que votar no PS, no CDS ou no PSD seria votar num programa único de Governo. O compromisso que pediu significaria o varrimento liminar do quadro democrático dos restantes partidos políticos, que desprezou. A escolha que fez significa que se atribuiu o poder, que não tem, de convocar eleições antecipadas em 2014, sem ouvir os partidos políticos nem o Conselho de Estado. Para quem jurou servir a Constituição, é, generosamente, uma escolha infeliz.’

1 comentário :

Anónimo disse...

Um país que elege um sujeito mesquinho, estúpido e rancoroso para o cargo do mais alto magistrado da nação, está á espera de milagres?
Portugal têm o que merece, aqueles que nesta besta votaram têm o que merecem e , acima de tudo, aqueles que nem se dignaram a pôr os pés nas urnas, para esses, toda a merda com que levarem será sempre pouca.A vêr se aprendem de vez como funciona a democracia e como a podem perder por negligencia pura e recusa de fazer escolhas.
Porque mesmo quando só se pode escolher entre o mau e o muito mau, escolher o primeiro será sempre melhor do que escolher o ultimo.