quinta-feira, julho 11, 2013

Uma maioria, uma nave de loucos e um incendiário [2]

Na comunicação que fez ao país, Cavaco renegou tudo o que vinha dizendo para manter o apoio a este governo. Subitamente, não aceita uma solução saída do parlamento (na realidade, duas soluções propostas por Passos Coelho) nem convoca eleições de imediato. Na iminência de um segundo resgate (com esta ou outra designação), Cavaco apresenta ao bom povo português uma ratoeira alternativa para se pôr a salvo do que se passou nestes dois anos.

Para o efeito, Cavaco quer enrolar o PS nesta tragédia, juntando-o aos dois partidos que se comprometeram, por sua iniciativa, a "ir além da troika". Na sua comunicação, em que nem uma palavra diz sobre a substância da política seguida nestes dois anos, o Presidente da República deixa subentendido que é preciso continuar a escavar — mas agora a três…

Não é possível pôr duas pessoas a dialogar quando uma só fala português e a outra só alemão: o diálogo pressupõe uma base de entendimento mínima, que, quando está em causa um país destroçado ao qual a direita quer acrescentar mais austeridade, não pode ser uma base tão mínima quanto isso.

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