A segunda oportunidade

Não é uma ideia original, já que o Dr. Relvas socorreu-se do mesmo expediente: chutar para grupos de trabalho a responsabilidade de definir políticas — até que elas venham de encontro ao que o Governo quer fazer. O ministro Maduro, depois de ter nomeado um grupo de trabalho informal (cuja constituição é mantida em segredo) para estudar de novo o futuro da RTP, designou agora 15 sábios, como Sofia Galvão (em representação da sociedade civil, presume-se), para estudar a aplicação do próximo quadro comunitário de apoio (2014-2020).

O propósito de juntar os 15 sábios é para “combater a fragmentação na distribuição dos fundos comunitários”. Esperar-se-ia, por isso, que os sábios definissem previamente as linhas de orientação a observar e as áreas a apoiar. Acontece que os serviços públicos, em passo estugado, adiantaram-se aos sábios e já estão a aviar propostas, que estão em fase de “pré-selecção”, quiçá a cargo de outro comité de sábios: “A apresentação de propostas por parte dos serviços já está a decorrer. E já está a ser feita uma pré-selecção que depois será avaliada por este comité de sábios", disse o ministro Maduro.

Entre os sábios eleitos, estão vários membros dos governos de Cavaco Silva, que derreteram o FSE, o FEDER e o FEOGA por esse país fora. Toda a gente tem direito a uma segunda oportunidade.