Com o fecho do 24 Horas, Pedro Tadeu passou de director do tablóide a subdirector do DN, outra publicação da Controlinvest. Escreve uma crónica semanal, de que se transcreve o primeiro parágrafo da que hoje foi publicada:
Defendendo Tadeu pontos de vista na orla do PCP e não sendo um articulista especialmente sofisticado, permite-nos ver sem artifícios a política da Soeiro Pereira Gomes (que teve o seu ponto alto no chumbo do PEC IV ao lado da direita). Perante uma direita que está a subverter o regime democrático, nem mesmo assim Pedro Tadeu consegue detectar diferenças entre quem defendeu o SNS e quem o está a destruir, entre quem promoveu a escola pública e quem pretende entregar a educação ao sector privado, entre quem tomou em mãos a defesa do sistema de segurança social e quem o está a asfixiar.
É perante textos como este que se percebe por que razão o PCP se mostrou muito mais combativo contra os governos de Sócrates do que com o actual governo, que não esconde o propósito de destruir o Estado social. Nesta fase, convém ao PCP que quanto pior estiver a situação social e económica — melhor é. Por isso se revela agora tão contido (ou muito menos combativo).
ADENDA — A circunstância de ter omitido o nome de Cavaco da sua comparação apatetada revela a esperteza do gato escondido que deixa o rabo de fora.
- ‘António Guterres comparado com Durão Barroso, deixou saudades. Durão comparado com Santana Lopes, deixou saudades. Santana comparado com José Sócrates, deixou saudades (bom, talvez aqui haja uma excepção que confirme a regra...). Sócrates, comparado com Passos Coelho, deixou saudades. António José Seguro, se tomar o poder, vai deixar-nos, quase de certeza, com saudades do Passos Coelho que hoje detestamos.’
Defendendo Tadeu pontos de vista na orla do PCP e não sendo um articulista especialmente sofisticado, permite-nos ver sem artifícios a política da Soeiro Pereira Gomes (que teve o seu ponto alto no chumbo do PEC IV ao lado da direita). Perante uma direita que está a subverter o regime democrático, nem mesmo assim Pedro Tadeu consegue detectar diferenças entre quem defendeu o SNS e quem o está a destruir, entre quem promoveu a escola pública e quem pretende entregar a educação ao sector privado, entre quem tomou em mãos a defesa do sistema de segurança social e quem o está a asfixiar.
É perante textos como este que se percebe por que razão o PCP se mostrou muito mais combativo contra os governos de Sócrates do que com o actual governo, que não esconde o propósito de destruir o Estado social. Nesta fase, convém ao PCP que quanto pior estiver a situação social e económica — melhor é. Por isso se revela agora tão contido (ou muito menos combativo).
ADENDA — A circunstância de ter omitido o nome de Cavaco da sua comparação apatetada revela a esperteza do gato escondido que deixa o rabo de fora.
9 comentários :
Além do mais o Tadeu é um cretino, como o João Miguel Tavares.
Nos cretinos, primeiro está a cretinice e só depois, muito depois, quaiquer outras considerações
Caro MA,
É evidente, debaixo de uma vozearia guerreirista para enganar tolos, é notório o acomodatismo do pcp face às medidas contra a classe média. Pudera, colocar a classe media de joelhos, aniquilá-la, é um pressuposto ideológico do pcp para a implementação rápida do socialismo real.
Também daí o ódio de morte ao PS dado este partido representar essa classe média, força de sustentação e motor de desenvolvimento da democracia, considerado pelo pc o grande obstáculo à sua luta pelo socialismo real, talvez agora à la China.
O actual SG Jerónimo, sob a sua capa de avozinho popular e bonacheirão é mil vezes mais dissimulador e fingido que Cunhal. Este era directo e intelectualmente mais honesto para com os portugueses e creio, teria percebido o que estava em jogo no PEC IV para jamais alinhar e se curvar perante a pior direita de que há memória depois de salazar.
Para a actual direcção pc todos os pactos servem no seguimento cego da táctica(ml) do quanto pior para o povo quanto melhor para a revolução.
Na cabecinha dos pc, passos está adiantando trabalho.
Sintomático (e útil...) também é que o Oliveira do alterne proteja esse cromo. E que, curiosamente, tenha alcandorado outro comunista à direcção do JN. O jeito que os comunistas dão ao pessoal da massa...
Não poderia estar mais de acordo com José Neves.
Aliás eles têm uma quota parte do actual estado de coisas, pela forma como compactuaram junto com BE PSD E CDS, na queda do Governo de Sócrates que nos trouxe a esta desgraçada situação.
Hugo Serejo
Vamos a factos:
1- O PCP votou na Assembleia da República contra o PEC I;
2 - O PCP votou na Assembleia da República contra o PEC II;
3 - O PCP votou na Assembleia da República contra o PEC III;
4 - O PCP votou na Assembleia da República contra o PEC IV;
5 - Quem mudou o sentido do voto foi o PSD.
6 - E já agora: quantas e quais leis foram aprovadas durante os dois governos Sócrates pelo PS com o apoio da direita (PSD e ou CDS)? Querem fazer-nos o favor de as enunciar (é só ir ao sítio da AR...)?
7 - Nada obrigava o governo José Sócrates a demitir-se. Não tinha sido aprovada nenhuma moção de censura. O governo demitiu-se porque assim o quis!
8 - A concepção do «quanto pior melhor» nada tem a ver com o marxismo, nem com o marxismo-leninismo (basta ler Marx em «A miséria da filosofia» ou «A ideologia Alemã»).
9 - Tal concepção nada tem que ver com o PCP. Mas tem tudo a ver com a UDP...
Caro Castedo,
Lérias, são lérias...
Castendo,
E quantas leis o PS aprovou com o PCP durante o governo Sócrates? Na AR podem dão-se os mais díspares cruzamentos de votação face à natureza específica de cada assunto e lei a aprovar. Enumerar cruzamento de votação na AR não justifica nada.
Pois meu caro, que o voto do PC foi intencional e precisamente para derrubar o governo PS prova-o exactamente o facto de Sócrates anunciar previamente que não queria governar com a troika e portanto demitir-se-ia imediatamente caso o PECIV fosse aprovado.
É assim que os políticos sérios fazem ou devem fazer política. Na hora de votar todos e muito melhor o PC sabia de antemão o que estava em jogo. E pior, é impossível que o PC não tivesse analisado e tivesse tirado conclusões do que estava reservado ao país sob o jugo do FMI. Certamente que o fez e, mesmo assim, votou a favor da troika, do MMI, da perda de soberania e do mal maior para os portugueses.
Lembra-te Castendo do que Cunhal fez aquando das presidenciais disputadas entre Soares e . Cunhal que era revolucionário e não o escondia, nunca foi nem nunca seria Jerónimo naquele momento de votar o PECIV. Provavelmente também não andaria hoje a bater à porta do PC chinês cuja contribuição(ml) ao comunismo actual é a mesma dos burgueses ingleses donos das minas de carvão no Sec.XIX e que serviu a Marx para fazer os seus estudos sobre economia e exloração.
A estratégia do "quanto pior melhor" não é marxista mas é leninista e está estabelecida na sua estratégia de tomada do poder.
A omissão de Cavaco, embora a sofisticação das viúvas do Sócrates não chegue lá, deve-se a um acto de bondade de Tadeu.
Dificilmente se deixaria de contar com a adesão de uma larga maioria de portugueses achando que Guterres foi pior que Cavaco, de pouco conta uma sondagem recente comparada com o que as pessoas dizem na rua.
Ou seja, Tadeu poupa críticas ao PS (Também Sócrates se safa perante o anterior) e a Câmara Corporativa acha que Tadeu devia estar calado, que interessa lá isso que Marcelino naquela social magazine da Cofina tenha durante cerca de um ano dado tempo de antena semanal a Sócrates?
Claro que Tadeu é pouco sofisticado e comunista e isso não pode ser, Tadeu seria bom jornalista se dissesse bem do PS como lhe competia, mesmo pensando de maneira diferente do pensamneto único.
Claro que o PEC IV devia ter sido aprovado por Cunhal agora visto como comunista bom - o comunista bom é o comunista morto, mesmo se morto pelo da estátua que o PS aprovou para Braga.
Claro que o PS aprovou cenas ao lado do PCP, tipo a do aborto e do casamento gay, agora não façam de conta que alguma vez votaram favoravelmente fosse o que fosse do campo económico e financeiro fora do entendimento do PSD e CDS-PP - virtuosos amigos dos PEC I, II e III.
Caro José Neves,
Há cruzamentos de leis e há cruzamentos de leis. Até há inúmeras leis aprovadas por unanimidade nestes 37 anos...
A questão está em que quais as leis em que PS/PSD/CDS-PP votaram lado a lado...
Os políticos sérios, se quer ir por aí, defendem os seus princípios dentro e fora das instituições, e não dizem uma coisa num lado e outra noutro, nem os metem na gaveta...
Antes de apresentar o PEC IV, José Sócrates, que não é burro nenhum, antes pelo contrário, já sabia qual a posição do PCP (vide PEC's I, II e III). Portanto...
Uma. Uma só, citação de Lénine a defender a teoria do quanto pior melhor...
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