quarta-feira, agosto 28, 2013

Será que a dívida nos vai matar
ou nós é que vamos matar a dívida?

— Ó Carlinhos, manda o Rodrigo apagar o que puseste no 31 da Armada
antes que a
troika descubra e pense que estás ao serviço dos portugueses.

Carlos Moedas não imaginava que viria a ser investido nas funções de capataz dos credores internacionais quando discorreu sobre a forma como país deveria tratar a dívida pública. Estávamos em 2010 e a dívida situava-se em cerca de 90% do PIB. Dizia o futuro grilo falante da troika:
    “No caso da dívida pública e segundo as conclusões do Bank for International Settlements, se Portugal quisesse voltar aos níveis de dívida pública de 2007 (63.6% do PIB directa vs. 89% do PIB indirecta) teria que apresentar um superavit primário das contas públicas (antes de juros) de 6% ao ano durante 5 anos ou de 3% ao ano durante 10 anos. Alguém acredita que estes cenários são possíveis no curto ou mesmo no médio prazo? Eu tenho muitas dúvidas e por isso só nos resta (a nós e a outros) o possível caminho da reestruturação da dívida. Ou seja, ir falar com os nossos credores e dizer-lhes que dos 100 que nos emprestaram já só vão receber 70 ou 80. Este é um caminho árduo e complicado, a tal parede que tanto se fala, mas que nos permitiria começar de novo. A austeridade é necessária e urgente, mas se mantivermos os níveis actuais de dívida, dificilmente conseguiremos crescer a níveis aceitáveis … e se não crescermos morremos.”

Ontem, na “Universidade” de Verão do PSD, quando a dívida já está acima de 130% do PIB, o Moedinhas mostrou como a circunstância de ter sido contratado para capataz da troika ao serviço dos credores internacionais alterou a sua cachimónia:
    “As dívidas têm que ser todas pagas, os países têm que pagar as dívidas e é importantíssimo que isso fique claro, que o esforço que os portugueses estão a fazer é para termos essa credibilidade”.

Dois anos depois de ter feito a pergunta — Será que a dívida nos vai matar ou nós é que vamos matar a dívida? —, Carlos Moedas diz-nos qual foi a escolha da coligação de direita: “a dívida [é que] nos vai matar”. Se este governo continuar em funções.

1 comentário :

Anónimo disse...

A hipócrisia, a lata, a falta de vergonha na cara destes trastes que se alaparam ao poder é simplesmente inacreditável...eu pergunto a todos os que neste blog, nos comentários, verteram ódio a Socrates, estamos melhor agora? ESTAMOS, SUAS BESTAS?!!!