quinta-feira, outubro 24, 2013

Partidos têm que saber reagir com imaginação ao descrédito público

• Francisco Assis, Partidos têm que saber reagir com imaginação ao descrédito público [hoje no Público]:
    ‘Nenhuma democracia pode subsistir sem um grau mínimo de institucionalização e os partidos políticos desempenham uma função imprescindível de mediação no processo de representação política. A sua afirmação histórica ocorreu precisamente na fase de transição das democracias censitárias para as democracias de massas que identificam a época contemporânea. Ultrapassado o tempo dos parlamentos constituídos por figuras notáveis oriundas dos meios aristocráticos e burgueses, os partidos surgiram como instâncias fundamentais na formatação de um espaço pluralista, estruturado por uma ampla diversidade de opções ideológicas e de interesses económico-sociais. Os partidos são, nessa perspectiva, organizações ínsitas ao processo democrático contemporâneo. Assumiram, como é sabido, modelos diferenciados, consoante o tipo de democracias em que se inscreviam, mas revelaram-se sempre imprescindíveis à plena afirmação desse tipo de regime político. Quando hoje se vêem confrontados com elevado grau de descrédito público, têm que saber reagir com serenidade e imaginação.

    É indiscutível que é necessário aumentar o grau de abertura dos partidos à sociedade. Enquanto entes investidos de responsabilidades de natureza eminentemente pública devem sentir-se impelidos a corresponder a este apelo. Nessa óptica, deverão optar pela introdução de mecanismos de escolha, debate e decisão, correspondentes à expectativa de maior participação de cidadãos independentes. Tal desiderato pode alcançar-se pela via da consagração de eleições primárias abertas, da instauração de espaços de verdadeira discussão pública e pela introdução de mecanismos eleitorais mais receptivos à participação activa dos eleitores. Não estamos perante mudanças fáceis, já que são susceptíveis de questionar os poderes das nomenklaturas instaladas, mas estamos seguramente diante de exigências indeclináveis do tempo que atravessamos.’

1 comentário :

Palavras para QUÊ? disse...



Acções, caros socialistas, do que nós precisamos são ACÇÕES, não deste palavreado.