quinta-feira, dezembro 19, 2013

À atenção de Maçães, O Alemão


Extracto de artigo de Rui Peres Jorge no Jornal de Negócios:
    ‘A resposta muito incremental da Zona Euro àcrise dos últimos anos resulta de um modelo político falhado, preso a uma ortodoxia que dá primazia a critérios financeiros e ignora as falhas da união económica e monetária e a dimensão social e política do projecto de moeda única. A estratégia beneficia os países do Norte da Europa com excedentes externos e todo o tipo de credores, mas prejudica as economias do Sul e a generalidade dos trabalhadores e empreendedores. O avaliação é de László Andor, comissário de Durão Barroso com a tutela sobre o mercado de trabalho e os assuntos socais, que considera que este modelo de Zona Euro não é sustentável e precisa de ser reformado, sob pena de poder vir a destruir a própria União Europeia.

    O texto "Podemos ir mais além da ortodoxia de Maastricht?" foi publicado na terça-feira no Vox, um sítio europeu de divulgação científica na área de economia, que publica textos de alguns dos mais influentes economistas do mundo. O comissário diz que "a Zona Euro de hoje funciona de uma forma que é momentaneamente vantajosa para os detentores de capital nos países com excedentes e para a generalidade dos credores, mas prejudica os trabalhadores empreendedores, os devedores de todos os tipos e a maioria dos utilizadores de serviços públicos".

    Para Andor, a Europa está estagnada e transformada num "clube de países de devedores e credores", em que os últimos dominam as opções de política e seguem o que o responsável chama de "ortodoxia de Maastricht" - e alguns, segundo o próprio, denominam de "consenso de Berlim". O texto especifica que essa receita de política económica assenta em seis assunções "que não ajudam no actual contexto económico e político", argumentando que, ao contrário do que tem sido defendido durante a crise, a Zona Euro não pode funcionar sem orçamento comum, a desvalorização interna não é a melhor forma de resolver os problemas de competitividade da periferia, nem se pode ignorar que os problema de emprego se devem também à falta de procura As críticas atingem também a excessiva preocupação do BCE com a inflação no Norte ou a desvalorização da recessão no Sul da Europa.’

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