quinta-feira, março 20, 2014

A banalidade do mal

O Governo decidiu aumentar a contribuição para a ADSE de 2,5% para 3,5%. Mas o próprio Governo esclareceu que, mesmo que o agravamento da contribuição fosse apenas de metade, ou seja, de 0,5 pontos percentuais, ainda assim haveria um saldo de gerência positivo não negligenciável. É óbvio que o Governo pretende, uma vez mais, pôr os trabalhadores do Estado e os pensionistas a pagar a factura da austeridade.

Apanhado em contrapé, o alegado primeiro-ministro argumentou que se trata de uma medida que visa não só consolidar as contas públicas como também se destina a constituir uma almofada para as despesas dos próximos anos.

No que respeita à ADSE, este argumento é falso. Não há nenhuma razão para que se concretize a transferência de 60 milhões de euros do orçamento da ADSE para o SNS, a título de pagamento das comparticipações devidas com a aquisição de medicamentos por parte dos beneficiários, porque tais comparticipações são igualmente devidas pelo SNS a quem não seja beneficiário destes subsistemas. É uma forma capciosa de indirectamente financiar o Orçamento do Estado.

Acresce que, quando os trabalhadores do Estado e os pensionistas são tão sacrificados, se justifica carregar na austeridade, criando no presente um excedente para despesas futuras? Esta canalha pôs os trabalhadores do Estado e os pensionistas num campo de concentração.

2 comentários :

Anónimo disse...

Sempre os mesmos...estou farta de ser espoliada...

Desfazer-lha na tromba disse...



Uma bela almofada, sim, mas de pedras da calçada!