sexta-feira, março 28, 2014

Os elos mais fracos

• Elisabete Miranda, Os elos mais fracos:
    «Os números de pobreza esta semana divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram as consequências da infeliz conjugação da austeridade orçamental com cortes violentos ao nível da protecção social. Em 2012, o ano em que o país foi sujeito a um processo geral de empobrecimento, houve mais 85 mil pessoas atiradas para baixo dos limiares de subsistência. Se usarmos o rendimento de 2009 como referencial, são mais 360 mil pobres num ano.

    Na ausência de um reforço dos mecanismos de protecção social que respondam ao dramático problema do desemprego de longa duração (chegou mesmo a ser equacionado um corte no valor mínimo do subsídio de desemprego e do subsídio social de desemprego subsequente), 40%dos desempregados encontravam-se em risco de pobreza.

    O cerco montado aos candidatos a rendimento social de inserção, uma prestação atribuída a quem chegou ao fim da linha e já não dispõe de outras fontes de rendimento para se sustentar, tem tradução na intensidade da pobreza, que passou de 24,1% para os 27,3%. E o aperto em tudo o que é prestação social levou a que o contributo das transferências sociais relacionadas com doença, incapacidade, família, desemprego e inclusão contribuíssem cada vez menos para reduzir a pobreza.»

Sem comentários :