quinta-feira, abril 17, 2014

Gorduras do Estado: das mistificações de Passos


Foi o Nuno Pires que chamou à minha atenção para a notícia do Jornal de Negócios: «Às vezes criam-se ideias que não são correctas», afirmou, na terça-feira, Passos Coelho, em entrevista à SIC. O alegado primeiro-ministro argumentava que o Governo tem trabalho feito no corte de consumos intermédios, referindo uma redução de 1,6 mil milhões de euros no Estado — as tão faladas gorduras. E dizia mais o pantomineiro-mor: «Muitas vezes diz-se 'mas só agora é que estão a prestar atenção aos consumos intermédios? O que andaram a fazer nestes três anos?' Em 2010 gastávamos 8,9 mil milhões de euros em consumos intermédios.»

Passos Coelho esqueceu-se de um pormenor: havia sido contabilizado em 2010 o pagamento em falta dos submarinos de Paulo Portas (880 milhões de euros), montante esse que empolou os consumos intermédios desse ano, mas já não influenciou as contas dos anos seguintes. Assim sendo, todas as avarias do Governo resumiram-se a uma lipoaspiração no valor de 754 milhões de euros — tendo-se o Governo vingado sobre os trabalhadores do Estado e os pensionistas.

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