quarta-feira, abril 09, 2014

Ler nas entrelinhas o recado da madame Lagarde

No dia em que a petição que propõe a reestruturação da dívida, com mais de 34 mil assinaturas, foi entregue na Assembleia da República, o FMI põe em relevo, ainda que involuntariamente, a inevitabilidade da reestruturação da dívida.

As contas do FMI vêm confirmar aquilo que já se sabia: o esforço que Portugal terá de fazer para conseguir chegar a 2030 com uma dívida de 60% do PIB é praticamente impossível. O nível de desempenho orçamental necessário é algo que o Estado português nunca conseguiu desde o final da década de 70, ou seja, para chegar aos 60% do PIB é necessário que o saldo primário estrutural (corrigido do ciclo e sem juros da dívida) pule dos 1,6% do PIB previstos para 2014 para uns inimagináveis 5,7% em 2020 e, depois, se mantenha nesse nível durante mais dez anos.

Acresce que o FMI projecta que, na maioria dos países da zona euro, «o ritmo de ajustamento se modere em 2014, uma vez que a maior parte do ajustamento necessário para atingir os objectivos de médio prazo já foi alcançado e a prioridade está a mudar para apoiar a recuperação, em linha com os objectivos de médio prazo acordados a nível europeu».

Qual é o «patinho feio» — que, segundo Pires de Lima, vá-se lá saber porquê — virou em «cisne elegante»? Portugal, entre outros países, cujo «ajustamento [ou seja, a austeridade] continuará a ser significativo».

Neste quadro de terror, é preciso que a madame Lagarde seja mais explícita para se perceber que a reestruturação da dívida é inevitável?

7 comentários :

Anónimo disse...

A Lagarde não phode nem sai de cima.Uma xata do piorio e já não há cú que aguente estes gajos e gajas.

Anónimo disse...

Esta vai para um cocktail, mas mais parece uma noiva serôdia que vai casar pela quinta vez, nas suas transparências esvoaçantes, nada baratas, e tudo à conta de Bernard Tapie (Affaire Tapie: Christine Lagarde confrontée à Stéphane Richard, son ancien directeur de cabinet, in http://www.huffingtonpost.fr/2014/03/19/affaire-tapie-lagarde-stephane-richard-ancien-directeur-cabinet_n_4987189.html).

Porque será que estes camafeus, v. g. Merkel + o Joachim Sauer, se amancebam sempre com os mesmo tipo de arrastadeiras?

Esta gente quer tanto saber da saúde da economia do Mundo e a da Europa, na mesma proporção que o galã de Massamá e conde de Manta Rota se mostra zelosamente preocupado com a fome das famílias portuguesas e com a desertificação da África subsariana...onde as cabras já nem papel comem.

Luís Lavoura disse...

Sim, mas tem que se constatar que o nível de 60% é muito exigente e que o prazo dado para o obter (16 anos) é muito curto.

Se a Portugal apenas fôr exigido o nível de 100% em 2020 e 60% em 2030, o esforço requerido já passa a ser muito menor.

Eu não bebo com larápios disse...




A única coisa que uma mente inteligente extrai desta cantilena (já completamente "choca") do pires de tremoços é uma e somente uma:


ELEIÇÕES À VISTA, caneco(s)!


No fundo, apenas mais "espuma" para cima do copanázio, para tentar disfarçar a má qualidade da "cerveja"...


E como continua sempre a haver quem beba, os "garçons" de serviço (RR, TSF, Correios e Diários vários, etc.) continuarão sempre a impingi-la, até esgotarem o barril.

ignatz disse...

já dormi no quarto onde a mula abifou as cortinas, lembro-me daqueles trapos pendurados na janela dum quarto na 42ª.

Anónimo disse...

O que concluo da foto, e salvas as devidas reservas, é que a Lagarde, apesar da cara de cavalo, ainda levava meias solas.
Há sempre uma fronha à mão para lhe tapar a cara...

Anónimo disse...

As instituições europeias e mais o FMI e mais o BCE e mais outras de que agora não me lembro (para manutenção de 1 réstia de higiene mental), andam numa lufa lufa de declarações e contra-declarações sobre retoma económica, países credores (!), reformas nos ditos, e mais saídas limpas e outras, e mais reformas estruturais e mais reformas do estado e assim sucessivamente. O Durão Barroso anda num frenesim, vá-se lá saber porquê.

Anda tudo em campanha eleitoral ou é só o governo português?

E se a gente mandasse estes pseudo-europeus todos à badamerda e que fossem gozar com as mãezinhas?