quinta-feira, maio 15, 2014

A caminho da vala comum


      «A Saúde é talvez uma das maiores áreas de negócio a nível mundial. Melhor negócio do que a Saúde só mesmo a indústria do armamento
        Isabel Vaz, responsável pela área da Saúde do grupo Espírito Santo (vídeo)

O Diário Económico dá hoje conta de curiosas movimentações na área dos grupos de saúde privados. O grupo José de Mello Saúde quer crescer por via de «aquisições no mercado». O grupo HPP, adquirido por capitais brasileiros à Caixa Geral de Depósitos, está agora concentrado numa «estratégia de promoção desta marca». A marca — ao contrário do que o leitor possa pensar, atendendo à origem do capital — não é a Bandeirantes nem o Pão de Açúcar, é a recém-criada Lusíadas Saúde. O «melhor negócio a seguir à indústria do armamento» está a dispor as pedras no terreno e prepara-se para sacar mais uns valentes milhões do pote do SNS, que este governo tão meticulosamente se tem encarregado de desmantelar.

Há-de chegar o momento em que alguém nos avisará que cada um tem de tratar de si — ou vai para a vala comum. A isto chama-se Estado assistencialista. É o programa do Governo para a área da Saúde.

5 comentários :

Cavador disse...



E NINGUÉM SABE de nada disto (quem não vier cá ler-vos, claro), caramba!


E o moçoilo Tózero, por seu lado, encarrega-se de cumprir a sua parte do "black-out" geral, que complementa em beleza a parte ofical da coisa...


Não admira, pois, que também lhe asseguremos, na altura certa, o devido cantinho próprio, na vala comum que estamos a cavar expressamente para esta canalha.

james disse...

Cito de memória, Paulo Macedo é o único ministro de jeito deste Governo, Clara Ferreira Alves, dixit.

Anónimo disse...

Infelizmente, para a comunidade, não estamos a conseguir estancar este processo.

João Santos disse...

O que me admira é que haja quem se espante com estas notícias.
Os salazaristas (PSD) não deram sempre a entender que queriam acabar com o SNS. Já ninguém se recorda dos tempos de Leonor Beleza e Costa Freire, mais o amigo João Cordeiro, também amigo do TO ZÉ.

Anónimo disse...

Para se ter uma ideia mais precisa do que está a acontecer comece-se por ver os orçamentos de Estado no que concerne à saúde para se poder constatar uma diminuição acentuada dos valores afectos ao longo dos anos que se traduz num subfinanciamento crónico da actividade em saúde com as implicações que com isso acarreta e no mesmo orçamento um aumento percentual dos recursos dedicados ao sector privado. Este ano o financiamento das diferentes actividades cirúrgicas quase caiu para metade estando nalguns casos em que seja por exemplo necessário usar próteses, o valor das mesmas ser superior ou igual ao valor orçamentado. Acresce a este processo a burocratização da actividade médica com perda evidente de tempo necessário á área assistencial. Portanto dou razão à Clara Ferreira Alves que este Ministro é um dos melhores, tendo em atenção o seu programa para a privatização deste sector porque o tem feito de uma forma discreta e marginal não levantando muitas ondas. Façam um balanço global do sistema quando ele entrou e como se encontra actualmente, com uma desmotivação generalizada das diferentes classes que integram a saúde.