terça-feira, maio 27, 2014

Pela mudança [1]


    «Estou disponível para assumir a responsabilidade de assumir essa liderança. Portugal precisa de um Governo forte. É meu dever corresponder àquilo que sinto».

    António Costa


António Campos: «António Costa tem um perfil diferente e uma capacidade mobilizadora diferente. Pode ser uma mais-valia na actual situação política, que é uma situação de impasse total».

Capoulas Santos: «Os socialistas conscientes e responsáveis não podem conformar-se com este resultado. O PS tem que corresponder aos anseios do país».

José Lello: «Já tardava».

João Tiago Silveira: «[O] PS não pode dar-se ao luxo de desperdiçar esta hipótese de escolha».

Carlos César: «Um apparatchik de serviço telefonou-me a lamentar, em nome de outro, o facto de não me ter demonstrado eufórico com os resultados nacionais do meu partido nas eleições europeias e de ter dito que era preciso fazer melhor.
Expliquei-lhe com paciência açoriana: Mas, por que razão devia ter ficado eufórico? A vitória foi modesta. E por que razão o PS não deveria fazer melhor? Se o não fizer comprometerá o seu sucesso nas legislativas.
Fiquei agradavelmente surpreendido por, afinal, me ter dado razão. Até os empedernidos são reformáveis. O PS pode mesmo ser melhor!»

João Galamba: «O PS precisa de mudar, chegou a hora».

Pedro Nuno Santos, deputado e presidente da Federação de Aveiro do PS: «O país precisa de um Governo liderado pelo PS e de um Governo com uma larga maioria. Isso só será possível com uma nova liderança e uma nova estratégia mobilizadora».

Manuel Pizarro, depois de advertir para «as razões de natureza politica e a preocupação com o futuro do país têm que prevalecer sobre as motivações de natureza aparelhística»: «A disponibilidade manifestada pelo doutor António Costa vem dar um sinal de esperança ao PS, mas sobretudo ao país. As eleições do passado domingo demonstram um enorme descontentamento com o Governo, mas também mostram que nos ultimo três anos o PS não se conseguiu afirmar como alternativa para governar o país em circunstâncias muito difíceis».

12 comentários :

Anónimo disse...

Aquele cartaz do Seguro é um excelente acto falhado. Lindo:)

Anónimo disse...

Isabel Moreira:

http://aspirinab.com/isabel-moreira/antonio-costa/

Guilherme disse...

António José Seguro prepara-se a resistir o mais possível à sua substituição. Quantos mais resistir, maiores serão as divisões no PS. Uma guerra parva num partido que acabou de obter pouco mais de um milhão de votos. Uma guerra parva no último partido socialista a desaparecer da Europa (não percebi o contentamento de ser o mais votado de entre os PS europeus!). É óbvio que foram eleitos 7 (ou 8?) muito bons eurodeputados, é óbvio que o PS ganhou as eleições mas é óbvio que tem de haver um congresso o mais depressa possível. Como é aliás óbvio que o FN ganhou as eleições em França e que os eleitores têm de ser chamados rapidamente a clarificarem se querem que esse seja o maior partido francês. Hollande vai resistir, Seguro vai resistir: personalidades moles, coveiros do socialismo e da social democracia.

Anónimo disse...

Mas quem é que, com dois dedos de testa, quer aquela coisa viscosa e escorregadia a governar o país? Aquela coisa que nega o passado do seu partido e não defende das maiores calúnias os seus camaradas? Que venha António Costa. Faz falta e já tarda.

ana

Anónimo disse...

Seguro tem o caminho armadilhado, veja-se as declarações de Maria de Belém, Carneiro, Assis, Beleza...!
Com este aparelho tão controlado, não sei se Costa terá apoios suficientes para convocar um congresso e ganhar a liderança. Por mim, nunca acreditei no Seguro, e penso que ele devia ter a humildade de reconhecer que não tem capacidade nem carisma para ser um leader e assim dar o lugar a outro.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos!...

Anónimo disse...

Tudo isto teria algum interesse se realmente corresponde-se a algo de substantivo.

A simples troca de líder não trará nada de novo, a não ser que existisse alguma divergência política (de fundo) entre Costa e Seguro, o que não acontece.

Para mais nenhum deles parece ter conseguido tirar qualquer ilação do erros de Hollande, que abriram caminho ao avanço da FD, como se tem vindo a perceber. E, fugindo tolamente da realidade, sugerem que a retórica da esquerda radical os pode levar a algum lado que não seja a desiludir os seus apoiantes e a reduzir-se a si mesmos (e o que é mais grave o próprio PS) à irrelevância.

arebelo disse...

Caiu e já o devia há muito,o inSeguro de que nunca gostei,porque foi desleal e cobarde com uma "estratégia" de engolir as calúnias,mentiras e chufas vinda de uma direita que explorou ao máximo um comer e calar aviltante que até conseguiu chocar a outra oposição.Quem muito se agacha...e que se vá e bom era que fosse na companhia do outro,o que é a face da mesma moeda.

Guilherme disse...

A relação entre o PS e o BE é a mesma que entre a UMP de Sarkozy e a FN dos Le Pen. O Sarkozy ganhou a presidência roubando ideias-chave e discursos inflamados à FN. O desaparecimento de Sarkozy levou ao aumento da FN. O BE perdeu importância por o PS lhe ter roubado (e assumido e aprovado e aplicado) as "questões fracturantes". A UMP é mais "saco de gatos" que o PS, mas tem uma visão mais global da sociedade que a FN ou que o BE. Lembro que os BEs europeus foram uma clara reação à terceira via do Tony Blair e que até Mário Soares participou naquilo que foi (e que nunca deveria ter deixado de ser) um grupo de reflexão que puxasse os PSs para a esquerda.
O que deve ter irritado Costa (e que a mim me irritou profundamente) foi o "temos muito trabalho pela frente" de Seguro: o problema não está, penso eu, nas semelhanças com a direita, mas com a falta de firmeza nas diferenças. O problema de Hollande e de Seguro é falta de energia. Energia que continuamos a reconhecer em Sócrates e que, esperemos, surja em António Costa.

Anónimo disse...

O problema do Hollande foi a amarga e irreconciliável diferença entre a realidade e a sua própria retórica, enquanto candidato.

Para sua própria desgraça, a realidade que teve de enfrentar, quando assumiu as suas responsabilidades, tinha pouco ou nada a ver com a ilusão que tinha criado para si e para aos seus apoiantes.

A teimosa recusa em encarar a realidade pode custar muito caro ao PS (tal está a sair a Hollande). A alternativa é pensar que o problema é alguma insuficiência particular do Hollande (como a falta de entusiasmo, ou de carisma, ou de outra coisa qualquer) ou do Seguro (ou de outro qualquer), como se isso fosse minimamente relevante.

Nós (os Portugueses) sempre temos a consolação de não termos nada parecido com a FN (a não ser que o MPT para aí decaia).

Anónimo disse...

"O problema do Hollande foi a amarga e irreconciliável diferença entre a realidade e a sua própria retórica, enquanto candidato"

Têm razão. É isso mesmo que acontece...quando o lider é fraco. Porque quando é forte, vai à luta e molda a realidade com as suas mãos. Ou acha que basta autochamar-se de estadista para que a mudança aconteça?
A diferença entre patetas como Hollande e Seguro está na vontade que não tiveram de lutar por uma realidade melhor. É dessa vontade que se fazem os estadistas. É da falta dessa vontade que se fazem os lideres fracos. A realidade não é uma constante da equação, é o resultado. Se os dados da equação forem mudados, o resultado também muda.

Anónimo disse...

O Carlos Cesar nem tem a decência mínima de preservar a intimidade dos contactos entre membros do PS. É xungaria política.

João.

Anónimo disse...

Cadê o Jorge Coelho?