quarta-feira, maio 07, 2014

Sem rede

• Fernando Medina, Sem rede:
    «(…) Mas a realidade da economia justifica outra leitura. Basta olhar para a trajetória da dívida, do PIB e dos preços para se perceber que o cenário desenhado no Documento de Estratégia Orçamental é completamente irrealista e não tem condições de sustentabilidade.

    Em particular porque as tão faladas «reformas estruturais» destes três anos resumiram-se no essencial a um processo de desvalorização do fator trabalho, com os verdadeiros fatores estruturais da competitividade e do crescimento a registarem retrocessos profundos: no investimento (empresas que não inovam), na desburocratização (dinâmicas que se perderam), na investigação científica e nas políticas de educação e qualificação (cortes nas bolsas da FCT, fim do programa de qualificação de adultos etc.).

    Neste contexto, atribuir a melhoria dos mercados financeiros a uma evolução dos fundamentais económicos (e não a um simples processo de competição de aplicação de liquidez) e defender uma estratégia económica em que voltamos a ficar na sua total dependência pode ser muita coisa, mas não é a "saída certa" para nada.

    Neste momento precisávamos de condições para enfrentar os bloqueios fundamentais - de funcionamento da zona euro e da economia portuguesa. Infelizmente, empurrado pelos seus parceiros europeus e pela miopia eleitoral dos partidos do governo, a partir de agora Portugal ficará na situação do trapezista pouco preparado, que inicia a travessia, de um longo e fundo desfiladeiro. À mercê das circunstâncias. E sem rede.»

2 comentários :

Anónimo disse...

Ou me engano muito, ou o Fernando Medina e o Pedro Marques, assim como o João Galamba, serão o futuro do PS.

Rosa disse...



O futuro do PS passará por eles...e por mais alguns que tenham conhecimentos, vontade e respeitem o Povo Português e os seus interesses...