quinta-feira, julho 31, 2014

O que explica o que está hoje a acontecer ao BES?

    «Todas as notícias sobre o BES deixam claro que o problema foram os créditos concedidos às holdings da FAMÍLIA Espírito Santo; todos os comentadores de direita repetem que o problema foi a ligação ao poder POLÍTICO.

    Vamos lá ver se nos entendemos, o caso BES existe porque os accionistas que controlavam o banco decidiram transformá-lo num canal de financiamento de um grupo privado.

    Se há alguma lição a tirar deste caso não são as "ligações ao poder político", são que as participações qualificadas de grupos não-financeiros em bancos, sobretudo quando estas participações criam graves conflitos de interesses, não devem ser permitidas. Este problema transcende as fronteiras nacionais.

    Quem controlava um grupo privado com graves problemas financeiros também controlava um banco. O que explica o que está hoje a acontecer ao BES é isto, não é outra coisa.»

4 comentários :

james disse...

Já fiz um like no Facebook do João Galamba.

Anónimo disse...

O problema centralíssimo que Galamba esquece é que são as ligações ao poder político que lhes permitem os controlos, facilitam a vida e aprovam a legislação. Se o poder político não andasse com a banca nas palminhas as oportunidades de crime seriam todas outras.

Anónimo disse...

Anterior anónimo desdenha da responsabilidade de autoregulacao do capitalismo e das acrescidos deveres de empresas bancarias, que tem licença publica para gerir o dinheiro alheio, tudo baseado na confiança. Cai na pescadinha de rabo na boca - sempre a culpabilizaçao primaria dos politicos e do poder politico ... pressupoe que os politicos sao todos iguais, tanto faz.
Assim cai na subtil desculpabilizaçao dos poderes privados, coitadinhos, E na diabolizaçao do poder politico. Ora as empresas e os grupos privados sao instituiçoes e poderes proprios, essenciais da sociedade, diferentes do estado que tera de ser forte e respeitado, devera representar todos e produzir enquadramentos e reequilibrios. As empresas e grupos, prosseguindo os seus interesses e poderes, sao regidas por estatutos, assembleias decisionais,licenças e concessoes, atribuidas contratos, tudo subordinado às leis a que estao sujeitos e aos tribunais... Sao dotados de enorme liberdade, mas necessariamente terao de arcar com evidentes responsabilidade. As ligaçoes que vao construindo com os poderes politicos fazem parte da sua luta permanente e estrategica por subsistir, competir, melhor acaparar, controlar e dominar. Se nao sao travados ou escrutinados, destroem riqueza, abusam, espalham o mal, excluem, tornamse predadores, destroem activos proprios e alheios, sugam as oprtunidades e os meios vindos dos contribuintes, decapitam vidas. O poder politico esta na gestao do capitalismo, segue uma ideologia matraqueada nos media deles, com mais ou menos bandeira na lapela... tem necessariamente e ligacoes a eles, que são a parte mais poderosa da eleite profissional e social, conta com eles, trabalha para eles, esta rodeado dos lobbies poderosos que os defendem e infelizmente muitas vezes é composto por meros representantes deles ou pior, gente comprada por eles Dai que tudo é dominado pela finança e economia privada .ELES. Mas o povo tem a ultima palavra ps é a base onde ELES estao sentados, trabalha já quase e só para eles, e vota. Tudo começa e acaba na politica, na qualidade e independencia relativa da politica e do Estado que os politicos sao chamados e representar e servir. COMPLICADO?.

Anónimo disse...

Ao anónimo "sex Ago 01, 03:22:00 da tarde"

Não sou capaz de ler tudo que escreveu pois a letra pequnina amarfanham-se numa mancha sem parágrafos que os meus olhos não aguentam. Vou só responder às primeiras linhas que consigo ler.


1. Não desdenho qualquer "responsabilidade de autoregulacao do capitalismo". Isso não existe, É "mais grave fundar um banco que assaltá-lo".

Como o provam centenas de declarações dessa gente. Salgado e outros quando não são criminosos, são sociopatas valendo do acesso que mantêm ao poder e Às redacções.

2. Estou bem longe de culpabilizar os políticos. Bem antes pelo contrário. Desehjo que sejam realmente políticos e que tratem de política e da cidade (leia-se a res pública) em vez de tratarem da vidinha, da facilitação e do seu trânsito pessoal.

3. Não. Os políticos estão bem longe de ser todos iguais e de de tanto fazer. Tito de Morais, fundador do PS, que viveu um exílio de pobreza, recusou em democracia assumir a administração de uma petrolífera por achar o salário imoral.

Há mais disso por aí, com igual desprendimento e gente capaz de gerir a coisa pública por salários mais baixos com mais competência do que aqueles que são escolhidos para minar e destruir os serviços públicos.

4. Agora, não conheço nenhum desses que refiro acima na administração recente ou passada do BES, da Mota-Engil, do Banif e de empresas do género.