Francisco Louçã tem sido incansável na denúncia de quadros do BES que passaram pela política ou de políticos que passaram pelo BES. Nem os gestores públicos do período em que o BES esteve nacionalizado foram esquecidos. O ex-coordenador do Bloco de Esquerda, que com a sua permanência em palco tem subalternizado as vozes de João Semedo e Catarina Martins, extrai a seguinte conclusão: «Este é o retrato da casta que governa e ele era mesmo o Dono Disto Tudo.» Não sei se este juízo não provocará o ciúme ou a ira de outros grupos económicos, mas não deixará, depois de devidamente traduzido, de provocar uma reacção de alívio por parte de Wolfgang Schäuble.
Acresce que, na sofreguidão de meter o PSD, o CDS e o PS no mesmo saco, Francisco Louçã faz questão de não distinguir que a imensa maioria das «conexões» a que se refere tem a ver com o PSD.
Mas o que parece imperdoável é que Francisco Louçã tenha centrado a sua atenção na arraia miúda, desprezando as ligações ao BES e a Ricardo Salgado de altas figuras do Estado português e da Comissão Europeia. Veja-se:
- • Durão Barroso foi, no período entre o fim do último governo de Cavaco Silva e a sua eleição para presidente do PSD, «consultor» do BES;
• Passos Coelho, quando decidiu trabalhar, foi colocado na Fomentinvest, sociedade de que um dos accionistas é precisamente o Grupo Espírito Santo;
• Cavaco Silva foi convidado a candidatar-se à presidência da República num jantar em casa de Ricardo Salgado, no qual estiveram presentes Durão Barroso, Marcelo Rebelo de Sousa e a sua milenar companheira, também ela administradora não executiva do BES.
Tendo Francisco Louçã anunciado que esta noite falará da «rede de conexões do BES com os governos», espera-se que este singelo contributo o possa ajudar a recentrar o tema.
8 comentários :
BOA MALHA!
Cada vez estou mais edificado com estes senhoritos do PC e do BE, ou ex-BE, que vivem na obsessão de enterrar o PS. Ou é tara ou despeito por nunca terem sido convidados a participar de um governo. Mas não é assim que vão lá... O povo pode ser ingénuo, mas não é parvo.
Vendo bem, o BES tem sido para os oportunistas uma espécie de Bilderberg Piroleiro. Pena que ficou caríssimo e vamos ver o que ainda aí vem.
Tá bem tá. É a treta do costume, Socrates e Pinho, etc...igual ao pedro guerreiro q para justificar a transferencia p/expresso em todos os artigos q escreve tem q incluir a palavra "Socrates" duas ou 3 vezes.A tenaz no seu melhor.
E o Costa vai pelo mesmo caminho, para angariar um pouco de goodwill na canalhada dos jornais é capaz de negar o "amigo" as vezes q for necessario.
Tá bem tá. É a treta do costume, Socrates e Pinho, etc...igual ao pedro guerreiro q para justificar a transferencia p/expresso em todos os artigos q escreve tem q incluir a palavra "Socrates" duas ou 3 vezes.A tenaz no seu melhor.
E o Costa vai pelo mesmo caminho, para angariar um pouco de goodwill na canalhada dos jornais é capaz de negar o "amigo" as vezes q for necessario.
Estou no País da "Togolândia" - se isto tiver um "pouquinho" de verdade, é melhor é emigrar para a Sibéria...
Zé da Adega
Tem de haver uma limpeza de alto a baixo e, sinceramente, não creio que mesmo António Costa tenha a coragem de fazer o que deve ser feito.
António Costa , se não corresponder, tal como não correspondeu Passos ao seu eleitorado, vai acabar da mesma forma.
Isto está de uma maneira que é necessário alguém com muita coragem e força de vontade mas que também tenha a sensatez de ouvir toda a gente e construir pontes com os partidos mais á esquerda.
A ver vamos mas não tenho muita fé. Ainda assim votarei nas primárias em Costa, porque mais 4 anos de Passos, agora aliado a Seguro seria a catastrofe ultima.
Preocupem-se é em tirar os V. dos interesses e deixem de se armar em vítimas.
Nota importante, E desta noite: na SIC N, o Francisco Louçã acabou de fazer uma vénia ao post do CC (e normalmente o seu Tabu acaba por ser linkado no FB). Melhor: referiu Passos Coelho e Zé Manel sendo que o jantar privado de Cavaco Silva na casa de Ricardo Salgado é uma daquelas *inconveniências* de um certo jornalismo que fez escola exactamente no Expresso e que, anos depois, acabam por tornar-se numa novidade no espaço público português. Muito bem.
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