segunda-feira, setembro 01, 2014

Schäuble e Maria Luís, a mesma luta


• João Galamba, Schäuble e Maria Luís, a mesma luta:
    «Maria Luís Albuquerque não percebe que vivemos uma crise que é da exclusiva responsabilidade de quem, como ela, insiste em pôr em prática políticas que são tão absurdas e irracionais que até o BCE as contesta.

    No seu discurso em Jackson Hole, Mario Draghi fez aquilo que nenhum presidente do BCE havia feito até hoje: disse que a eficácia da política monetária depende da política orçamental e falou da importância da procura agregada - um conceito keynesiano que Frankfurt tende a desprezar. Na actual conjuntura económica - marcada por desemprego elevado, baixo investimento e crescimento baixo ou mesmo nulo - os países da zona euro devem explorar toda a flexibilidade dos tratados e pôr a política orçamental ao serviço da economia, isto é, os países da zona euro devem abandonar o dogma austeritário e pensar em políticas amigas da economia e do emprego. Com as cautelas que um presidente do BCE não pode deixar de ter, foi isto que Draghi disse no encontro mundial de banqueiros centrais.

    Como não podia deixar de ser, as reacções dos sacerdotes da austeridade não se fizeram esperar. Schäuble, ainda não refeito do choque, disse que Draghi tinha sido mal-interpretado. Maria Luís Albuquerque fez exactamente o mesmo. Para Maria Luís Albuquerque, a flexibilização das regras orçamentais é um erro, sobretudo para um país como Portugal, que tem uma dívida pública e privada muito elevada. Mostrando que não aprendeu nada, a ministra das finanças continua a achar que se reduz a dívida com austeridade.

    Sim, a ministra das finanças de um dos países que mais tem sofrido com a viragem austeritária e pré-keynesiana que se impôs na Europa aquando da crise grega (Maio 2010), ao invés de ver no discurso de Draghi uma oportunidade, tratou-o como uma ameaça que tinha de ser imediatamente travada. Não é a primeira vez que isto acontece. Depois da polémica em torno dos multiplicadores orçamentais, que mostrava que os efeitos negativos da austeridade tinham sido grosseiramente subestimados, o Governo português volta a mostrar que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade (para pôr em causa as políticas que objectivamente prejudicam o interesse nacional).

    Quando vemos Maria Luís Albuquerque dizer que "enfrentámos ao longo deste três anos a maior crise dos últimos 80 anos" percebemos melhor o que se passa. Mais do que o dogmatismo ideológico de Vítor Gaspar, a actual ministra das finanças decidiu apagar da sua memória a verdadeira crise, a que começou em 2007/8, e inventou outra, que terá começado algures em Junho de 2011. Maria Luís Albuquerque não percebe que vivemos uma crise que é da exclusiva responsabilidade de quem, como ela, insiste em pôr em prática políticas que são tão absurdas e irracionais que até o BCE as contesta. Numa coisa Maria Luís tem razão: há, de facto, uma enorme crise que começou em 2011. Foi a crise que este Governo fabricou ao instalar-se e que só acabará quando a actual maioria sair de cena.»

6 comentários :

Anónimo disse...

O problema não é da miss Swaps, mas, sim, do Prof em ecomomia, Dr. Cavaco Silva - o Drº Cavaco não diz que em economia não recebe lições! - o resto é conversa, menos o Genro.

Zé da adega

Anónimo disse...

Quanto mais o tempo passa mais claro se torna que Cavaco Silva é o PR mais incompetente e nefasto que o país já teve. O povo português tem, no Palácio de Belém, não um defensor, mas um inimigo. Amigos do Cavaco são o Dias Loureiro, o Oliveira e Costa, o genro Montez e toda a quadrilha que tem sugado a Pátria.

james disse...

Mas quem é esta pindérica para se considerar uma espécie de alma gémea de Schäuble?

Anónimo disse...

Simples : esta pindérica é mais uma que, tal como o Moedinhas, engraxa e lambe as botas que tiver de lamber e engraxar para conseguir um bem bom no parlamento europeu. O resto é paisagem.
E assim se popula o parlamento europeu com mais ( ainda mais) gentinha mediocre.
Vergonhoso.

Anónimo disse...

Está já provado há muito tempo o seguidismo deste governo em relaçãoà Alemanha que tem hoje uma influência dominante em toda a UE.
As políticas económicas, financeiras e sociais na Europa são hoje ditadas por aquele país e pelos seus peôes que são os eurocratas de Bruxelas.Tem tambem a seu favor uma série de governos que apoiam a sua política, que normalmente se costumam designar políticamente como governos fantoches.

Anónimo disse...

A Alemanha está a levar a Europa para uma grave crise económica que poderá levar à repetiçao do que se passou em 1929