sexta-feira, novembro 07, 2014

Pires de Lima, Cavaco e o duplo critério



Estão recordados do episódio dos corninhos do ex-ministro Manuel Pinho? Tratou-se de um gesto que demorou um segundo, um gesto irreflectido, um gesto não premeditado. O que ontem se verificou com Pires de Lima na Assembleia da República foi um espectáculo previamente encenado, que se arrastou durante mais de um minuto. Ele, hoje ao procurar desculpar-se, confirmou que se tratou de uma cena ensaiada [vídeo].

Pires de Lima esteve reiteradamente a achincalhar a Assembleia da República e os deputados que representam o povo. O que aconteceu com o ministro do CDS-PP é muito provavelmente a situação mais grave que se verificou até hoje na Assembleia da República.

Neste sentido, ter-se-ia justificado uma reacção enérgica por parte dos deputados. E também por parte do Presidente da República, o mesmo presidente que não perdeu tempo para condenar o episódio dos corninhos [vídeo]: «A Assembleia da República é a casa da democracia portuguesa. Todos devemos um grande respeito em relação à Assembleia da República. (…) O respeito pelas instituições é um princípio sagrado da democracia e penso que todos os agentes políticos têm de fazer um grande esforço para contribuir para a qualidade da democracia.»

12 comentários :

Anónimo disse...

Ele estava completamente embriagado.
Até pode vir agora dizer que foi ensaiado mas a palavra de qualquer membro deste governo vale zero.

Anónimo disse...

Pires de Lima auto-denominou-se "excêntrico" mas ,na verdade, o que ele é , é ridículo e mal educado.Ontem teve um comportamento inqualificável, próprio de um bêbado inconsciente.

Anónimo disse...

os deputados do ps continuam a jogar à defesa contra os direitolas. assim não vão lá porque eles são bons atacantes. mas são péssimos defesas, é jogar com eles no mesmo estilo. e ontem o pires de lima (a lembrar o pai chocarreiro) deu-lhe, numa gafe, uma ocasião de ouro com a catherine deneuve. era só meter o portas na história e estava a encenação terminada.

Unknown disse...

Isso do respeitinho é para brincar ? É que os exemplos que os respeitaveis deputados tên dado(viagens ficticias, autoaumentos, empregos paralelos duvidosos, gastos acima do razoavel) têm ajudado muito a que quem pede há anos redução do numero de deputados só sinta é pena que seja forçado a mante-los.
Respeitinho?

Anónimo disse...

A Itália tem um Pepe Grillo, nós temos um Pires de Lima. Dois palhaços, cada um no seu estilo: um 'brega' e outro 'queque' mas ambos bons na palhaçada.

Anónimo disse...

O PS tem falta de bons parlamentares: competentes, com sentido de iniciativa e capazes de responder taco-a-taco em todos os momentos.

Anónimo disse...

Ao que consta Pires de Lima tem doença Bipolar. Deve demitir-se e tratar-se por esta ordem.
Se por acaso estava embriagado, deve demitir-se e tratar-se, também por esta ordem !

Carlos Andrade - VNGaia

RFC disse...

Hum, logo eu que tinha recomendado num email um post a sério do Miguel (referindo que o CC tinha ontem postado um *criativo* e breve sobre um amigo que lhe tinha telefonado a perguntar se a audição do Pires de Lima na AR tinha sido antes ou depois de almoço), li e reli e confesso que estou inquieto sobre o fundo da questão. Sobre a magna questão etílica de Pires de Lima dizia eu que tinha sido depois de duas garrafas de branco reserva e de uns whiskys velhos, presumivelmente. E que hoje o CC escreveria algo sobre o assunto... era espreitar, please. No fundamental argumentava que havia uma tradição no CDS sobre o assunto, mas que me lembrasse só de deputados: um líder parlamentar, e.g. (lembro-me bem de alguns deputados referirem como era difícil enfrentar um truculento Silva Marques à frente do PSD e o então líder parlamentar do CDS depois de almoço). Ora, não são umas larachas de Pires de Lima a posteriori (cada vez + parecido com o pai, já agora) que me faz perder a esperança de que o assunto (um ministro alcoolizado na casa da democracia) se debata porque isso tem implicações sobre as liberdades individuais, o *estatuto* público dos ministros e deputados (tal como de alguns comentadores na SIC N, diga-se en passant), sobre o universo político masculino, questões de género, etc. Se ontem ironizava sobre o estado do ministro da Economia, hoje abri uma excepção e, tudo pesado, disse num mail que trilharia o caminho das liberdades individuais (o direito de ser ou de estar bêbedo) desde que o protagonista fizesse um discurso coerente sobre o momento tocando no essencia. As larachas que Pires de Lima disse hoje perante uma assembleia de empresários em Albergaria-a-Velha e que a imprensa reproduz, a eventual ironia familiar mantida nos corredores dos deputados e dirigentes do PSD, o moralismo beato dos rapazes do CDS, o esperado silêncio da presidente da AR ou o post do CC a atirar ao lado para um PR desacreditado, diz-me que parecem não se querer entender as potencialidades (!) da discussão. Esperemos pelo Governo Sombra ou Eixo do Mal porque, desta vez, até do pobre JMT espero alguma argúcia. Tchim-tchim!!

No Twitter muita gente assinalou logo o assunto, ontem: o meu preferido era um tweet que dizia que o Pires de Lima para taberneiro até vestia fatos caros.

Anónimo disse...

O Pires Lima estava era drogado. Muita cocaína se cheira no CDS.

Anónimo disse...

Criatividade? Ele tem a arrogância dos néscios. Por alguma coisa este arrogante está acantonado no CDS. É o sítio mais próximo das origens legionárias...

Anónimo disse...

A intervenção foi feita antes de almoço, o que me leva a pensar que o homem não estaria embriagado. Obviamente!
Por outro lado, mesmo correndo o risco de o acharem ridículo, limitou-se a ironizar, sem ser mal educado. Quebrou, por momentos, o formalismo e a solenidade bacocos que servem apenas para encobrir a vacuidade e mediocridade de grande parte dos discursos proferidos no Parlamento.
Para se ser um bom político, deputado ou ministro, não é necessário ter um ar sério e austero. Importa, acima de tudo, a competência e o conteúdo da mensagem.
Deixem-se de falsos moralismos e apliquem, antes, o rigor na avaliação do trabalho produzido pelos ocupantes da "casa da democracia".

RFC disse...

Segunda adenda. Umas notas, breves. Não foi uma performance de momentânea, obviamente. Não vi a transmissão em directo mas tratou-se de um chorrilho de disparates (em que o alvo foi um seguramente espantado António Costa, algumas réplicas malcriadas a alguns e algumas deputados/as do PS e dos partidos da oposição, culpando as desgraçadas estatísticas que não sobem nem descem ao ritmo ora acelerado ora lento do seu pestanejar turvo, etc.). Desbragado, de tez esbranquiçada, em *conflito* com o sistema de amplificação sonora, a bramir uns papéis inertes e amarrotados numa das mãos e descomposto q.b. No fim, justificadon-se, a ler uns apontamentos rabiscados num A4. Numa palavra, como disse um/a deputado/a do BE para (des)qualificar um adversário político, tratou-se de uma audição «constrangedora». Ou não vimos o mesmo?