terça-feira, novembro 11, 2014

Um laboratório à disposição para experiências

Subir Lall, representante do FMI na troika, foi ontem entrevistado pelo Jornal de Negócios. Uma só resposta é suficiente para comprovar que esta gente olha para o país como um campo de experiências exóticas. À questão de saber se «a inflação baixa e a deflação são um risco significativo para a sustentabilidade da dívida», Lall dá uma resposta seca (e elucidativa): «Aumenta o desafio.» Contra todas as evidências, ele anda por aí para levar as experiências até ao fim. Um «desafio» no qual os portugueses são apenas as cobaias.

Aparentemente, não seria de esperar nada de novo na entrevista, uma vez que os sucessivos representantes do FMI na troika já deram provas de que não estão obrigados a tomar em consideração que a direcção do FMI, lá longe em Washington, se desdobra em autocríticas por ter imposto por esse mundo fora a receita austeritária.

Acontece que Subir Lall, muito embora continue a dar total cobertura à política do Governo de «ir além da troika» e não se canse, de resto, de reclamar a adopção de mais medidas austeritárias, não deixa, pela primeira vez, de se demarcar do Governo. Fá-lo quando, numa alusão ao Orçamento do Estado para 2015, revela que a fantasia apresentada pela Miss Swaps não tem consistência nenhuma, sugerindo que o Governo já está em modo eleitoral. Veja-se a pergunta e a resposta:
    Jornal de Negócios - O Governo está a adiar o problema para o próximo Executivo?
    Subir Lall - Olhando para o esforço estrutural que é necessário no médio prazo, diria que está a adiar.

Noutra passagem da entrevista, Subir Lall distancia-se das mais recentes estimativas da taxa de desemprego, dando a entender que não lhe escapam as manigâncias de criar estágios artificiais pagos com dinheiros do Estado: «Penso que ninguém ainda percebeu muito bem como é que a taxa de desemprego está a baixar.»

Entre os «desafios» do Sr. Lall e o empobrecimento prometido (e cumprido) pelo alegado primeiro-ministro, há um país que aguarda o dia das eleições para pôr esta pandilha (Cavaco incluído) com dono.

6 comentários :

Anónimo disse...

Então hoje não se fala de taxas e taxinhas??? O chefe não deixa??? ou é o sub-chefe, que a mando do chefe não deixa?? Taxas tu ou taxo eu, toma lá uma taxinha toma lá mais uma...

Fernando Romano disse...

É isso. Afastar do poder estes calhordas tornou-se um desígnio nacional. A nossa democracia levou uma eternidade a parir - cresceu, amadureceu e floriram mil conquistas, algumas delas vincadamente socialistas. Este governo está mandatado pelo Capitalismo internacional para as destruir, mas, estou em crer, o povo português aguenta-se nas canetas, recupera a lucidez sobre o que está em disputa e vai infligir-lhes uma derrota humilhante por muitos e muitos anos. Que António Costa se rodei desde já do melhor que há nas nossas elites democráticas e patrióticas. A maior exigência dos portugueses neste momento é ter governantes sérios, respeitadores e amigos do povo. Muito cuidado com as escolhas, o povo vai escrutiná-las como nunca. Acima de tudo, cuidado especial com a política de cotas... que andam por aí, com pezinhos de lã, a reivindicar.

S. Bagonha disse...

Ó das "taxas e taxinhas", e a ti foi o teu chefe, ou o sub-chefe dele, que te manda vir asneirar aqui para o CC? Vai-te catar, arrasta sabujo.
PS- Em compensação´, lá os da tua laia são mais "tachos, tachinhos e pote(s)", não é meu anormal?

Anónimo disse...

O FMI aplicou em Portugal uma série de medidas que já tinham sido aplicadas noutros países tendo-os levado a uma situação ruinosa.O mais grave de tudo isto é que esse modelo económico foi aplicado com amplo agrado e entusiasmo do actual Governo que viu nesta situação uma opurtunidade para impor ao país uma política de ultra direita.
Ficou mesmo entusiasmado com a possibilidade de poder realizar um regresso ao passado.Um passado de algumas décadas.
O FMI cumpre de forma rigorosa
as ordens emanadas dos eixos dominantes internacionais.

Anónimo disse...

A suposta descida do desemprego é a maior manobra de propaganda e de maquilhagem estatistica que há memória na democracia portuguesa. Os centros de emprego e o IEFP estão cheios de boys do PSD e CDS, cuja principal tarefa que tem cumprido com muito empenho é ocultar por todos os meios o desemprego real. Peçam a alguém que está à procura do primeiro emprego que se vá inscrever como desempregado no centro de emprego da sua localidade e veja o que acontece. Tenho uma pessoa de família a quem, recentemente, foi recusada por duas vezes a inscrição no centro de emprego de matosinhos, por alegadamente não estar disponível para receber formação no imediato.
Digam-me em que país do mundo é possível fazer descer o desemprego sem crescimento económico acima de 1,5 a 2% da economia.? Em Portugal a economia caíu mais de 5% nos últimos 3 anos e a taxa de desemprega baixa? Mas em que planeta???
Só não entendo que este assunto que deveria ser denunciado como um escândalo nacional, não seja quase mencionado pela oposição.

Júlio de Matos disse...



ESSE "DIA" JÁ PASSOU! E AGORA VAMOS TODOS PAGAR POR TÊ-LO DEIXADO PASSAR DESTA MANEIRA...