segunda-feira, dezembro 01, 2014

O processo do Marquês

• Rui Tavares, O processo do Marquês:
    «(…) Quem for que tenha dado o nome de "Marquês" ao caso de José Sócrates prestou assim um mau serviço ao processo e ao país. Desde logo porque, para o bem e para o mal, Sócrates não é Pombal. E sobretudo porque o processo do Marquês, há 230 anos, foi o epítome do que este não deveria ser: uma amálgama de sentimentos, arrogância de um lado e desejo de vingança do outro, divisão do país em duas metades incomunicáveis que se foram guerreando, sob diversos disfarces, nas gerações seguintes. O país não saiu regenerado, nem melhor. Pombal, nem bem condenado, nem inocentado. Depois dele veio Pina Manique, e depois Napoleão, e a rainha, agora já louca, embarcou para o Brasil dizendo: “Não corram! Vão pensar que estamos a fugir.”

    E estávamos. Espero que já não seja o caso.»

4 comentários :

Anónimo disse...

O sr. Tavares não pensou. O nome Marquês tem a ver, somente, com a proximidade da Rua Bramcaamp com a Praça Marquês de Pombal.

Anónimo disse...

... mas então, oh pensador anónimo, porque não lhe chamaram o "caso Bramcamp" ????

Anónimo disse...

Também pode ter a conotação de se tratar de um Marquês, um superior que está acima Barões, os chamados Barões do partido. E que uma vez caído em desgraça arrasta consigo os Barões fiéis. Tipo Marques de Távora, decapitado. Enfim, só pelo nome de código, já se nota que é uma vilania reles.

Anónimo disse...

Aos outros anónimos: Realmente podiam chamar Bramcaamp, mas Marquês é mais prático, até porque nos ministérios fala-se mal idiomas. Marqueses, Barões, Távoras, o que para aí vai... Essa cabeça deve estar a fumegar depois de tanta maquinação.