sexta-feira, março 06, 2015

Quando o telefone não toca

O pequeno grande arquitecto quis hoje fazer da saída de Alfredo Barroso do PS um caso de proporções bíblicas: «Alfredo Barroso, um militante histórico, desfiliou-se com estrondo.» Para um assumido candidato ao Nobel da Literatura, não foi uma tirada inteiramente feliz: «estrondo» significa apenas um ruído breve. Em todo o caso, o excêntrico director do Povo Livre deveria ter sido mais cauteloso no que escreve. É que o próprio Barroso, em entrevista à edição de ontem da Sábado, assegurava que aguardou tanto quanto pôde por um telefonema de António Costa para recompor as coisas: «Temos [António Costa e Alfredo Barroso] um amigo comum, que é o Manuel Brito filho (galerista, que foi vereador na Câmara de Lisboa), e que me ligou. E eu disse: "Ó pá, pede ao Costa que se quiser me telefone amanhã à tarde [sexta-feira, dia 27 de Fevereiro]. Ele avisou-o, mas percebi que não telefonaria.»

3 comentários :

jose neves disse...

Costa, António muito bem; continua a deixá-los a falar sozinhos quer os do governo quer os radicais do PS (Barroso, Alegre etc.) que querem que vás atrás das falas provocadoras da malta do governo e lacaios jornaleiros dos media.
Isso é precisamente o que eles querem pois que estão feitos a essa manhosa maneira de fazer política que serve para um ping-pong de palavras e insinuações diversos colaterais para entreter a imprensa e que esta, ao serviço dos donos, alimenta sem parar sempre pendendo para o lado do governo com títulos e cachas.
Não é preciso responder aos estarolas que eles espetam-se diariamente por si próprios e deste modo com muito mais visibilidade do que fazendo grossas asneiradas embrulhadas em alto ruido de lana-caprina.
Os portugueses vão perceber bem, tal como aconteceu nas primárias quando não respondeste aos ataques baixos-sujos do seguro.
O povo está farto de conversa que depois se revela aldrabices e contos do vigário e antes preferirá acreditar em quem mostre seriedade, carácter e provas dadas.

Guilherme Proença disse...

Bela pequena história trágica, ainda mais contada pelo próprio (Alfredo Barroso) — para que se veja a que ponto chega a alienação de alguns políticos. É por essas e por outras que o Mário Soares ainda hoje pára na rua para falar a qualquer pessoa. É que nem o House of Cards vêem!

Anónimo disse...

Acho que o Barroso ía pedir a sua desfiliação do PS . - fez? só faz falta quem cá está.

Bonasera signor Barroso


Zé da Adega o da rua da Esperança