terça-feira, abril 21, 2015

Você decide


O contraste entre o documento do PS e o DEO governamental é significativo. A única coisa em comum é o respeito pelas regras europeias.

Prova que afinal era possível fazer diferente e que a troika e a União Europeia foram, e continuam a ser, biombos para a direita impor internamente a sua agenda de empobrecimento.

As reacções apressadas do PSD revelaram incómodo e falta de argumentos. Dantes criticavam a falta de medidas, agora criticam medidas antes de as ler. Adiante.

Se o PSD quiser, ainda vamos a tempo de ter um bom debate de ideias na campanha que se avizinha. Porque desta vez o eleitorado está confrontado com uma escolha clara.

De um lado, as propostas da direita, designadamente:
    • Os cortes nos salários dos funcionários públicos são para continuar até 2019, com alguma devolução é certo;
    • O tão aguardado fim da sobretaxa do IRS, em função da evolução da receita de 2015, afinal é para esquecer: vamos ter sobretaxa até pelo menos 2019;
    • E como “medida para a sustentabilidade da Segurança Social” o documento prevê o corte de 600 milhões de euros nas pensões.

Contentes com este DEO 2016-2019 ficam os beneficiários das pensões mais altas, que deixam de ter a contribuição de solidariedade, e as grandes empresas energéticas que também deixam de ter a contribuição especial. É o chamado pacote Catroga.

(Depois disto, o malogrado partido do contribuinte e do pensionista não tem outro remédio a não ser pedir boleia ao PSD nas legislativas — e ir escondido na mala do carro…)

Do outro lado, o PS oferece-nos uma alternativa clara, que faz escolhas e tem prioridades bem diferentes:
    • Recuperação dos rendimentos das pensões e reposição gradual mas mais rápida (2017 em vez de 2019) dos rendimentos dos funcionários públicos;
    • Recuperação de rendimentos dos contribuintes abrangidos pela sobretaxa do IRS, eliminada até 2017;
    • Combate à pobreza, que tanto aumentou nestes quatro anos: das crianças e jovens (reposição dos mínimos sociais: abono família e RSI), idosos (complemento solidário para idosos) e das famílias trabalhadoras (complemento salarial anual);
    • Redução temporária da taxa contributiva para a Segurança Social na componente dos trabalhadores até 2019 (aumento da rendimento disponível para reanimar o consumo).

Em contrapartida, avança-se na direcção de uma maior igualdade e justiça fiscal:
    • Imposto sucessório para as heranças de maior valor;
    • Reversão da redução planeada do IRC planeada pelo governo e consignação da receita;
    • Mecanismo de penalização das empresas com rotação excessiva de trabalhadores, dado que impõem custos ao sistema de protecção social que não são financiados pelas empresas.

Caro leitor, a escolha é sua.

10 comentários :

Anónimo disse...

Quebras de crescimento sao normalmente notadas a vermelho. Ainda bem que mostram as coisas como sao.

Otília Gradim disse...

quando se não distingue as cores deve-se ter cuidado com os comentários ;) então já confundem o cor de rosa com o vermelho?

Anónimo disse...

garantir o crescimento ate 2019 hoje, nao sei como e que em Portugal ainda ninguem se tinha lembrado disso.

Seria bom ver o track record das projeccoes economicas do PS, sao sempre fantasticas, a realidade e que e uma chatice pa. Um bom exemplo foram os tempos dos PECs, o mundo mudava em 2 meses...

Rosa disse...



O pior é que estes últimos 4 anos não tivemos um PEC, tivemos um terramoto que quase desfazia o País...

Anónimo disse...

Acaba-se com a rrraça, porra.

Zé da Adega o da esperança

Anónimo disse...

Claro que há alternativa. Tinha que haver! Era impossível, que o caminho que se está a fazer, desde meados de 2011, fosse o único e muito menos que fosse o melhor.

Anónimo disse...

Prefiro a realidade, obrigado!

Anónimo disse...

Ah , sim , porque a realidade e as previsões deste governo são muito melhores, e porque este governo tem acertado sempre...
Ide beber esse vodka marado que bebeis para a casa de banho, que é onde estais bem.
Ou se quer fazer pelo país e melhorar as condições de vida de todos ou não se quer mexer uma palha e continuar a sugar impostos de quem trabalha neste pais. Os dados estão lançados e a escolha não podia ser mais clara.

Anónimo disse...

Que venham rapido as eleições e A Costa como Primeiro Ministro!!M.

Anónimo disse...

Caro Mário Abrantes,
é capaz de apostar os seus testículos que estes números apresentados pelo PS se irão cumprir?