sexta-feira, maio 29, 2015

Ó vítimas das câmeras indiscretas


A ministra das Finanças continua a percorrer o circuito da carne assada, preparando, pela mão do inenarrável Marco António, a evolução na continuidade do passismo. Em Ovar, Maria Luís Albuquerque sentiu-se em casa: entre vivas à JSD, tinha à sua frente o ambiente propício para atear o conflito de gerações. Fê-lo, abrindo o jogo.

Tal como o oficial da PSP em Guimarães, esta versão recauchutada do serial killer Gaspar esqueceu-se de que havia uma câmera a filmá-la. Foi o suicídio da coligação de direita:

Via Rui Pedro Nascimento

3 comentários :

Fernando Romano disse...

Nos tempos áureos... de Cavaco Silva, primeiro-ministro, ocorreu no ensino em Portugal uma diarreia de gestores de empresas formados em estabelecimentos escolares particulares, alguns criados à pressa, ao mesmo tempo que os seus governos incentivavam as empresas a despedir os seus melhores quadros, empurrando-os para a reforma e pré-reforma e, assim, provocando irremediáveis rombos na cultura das mesmas, o que, a par da destruição de setores tradicionais da nossa economia, vergando aos interesses das potências europeias, caraterizou o que se convencionou chamar de "oportunidade perdida". O recrutamento desses novos "quadros" paridos à custa de dinheiros da Europa e de indomável oportunismo no saque dos mesmos tinha invariavelmente o objetico de reestruturar as empresas através de despedimentos e pressão para pre-reformas, ao mesmo tempo que se abriam portas para empregar os seus boys. Muitas empresas caíram na altura devido a essa razia de excelentes quadros. A disciplina mais importante que lhes era ministrada era a de como empurrar para fora da economia esses quadros mais velhos e despedir outros trabalhadores. Dizia-se que era por causa da novidade da informática, difundia-se a ideia de que trabalhadores com mais de 35/40 anos não eram capazes de se adaptar às novas tecnologias emergentes... Cavaco Silva apelava à juventude!... Na verdade o que ele e os interesses que representava pretendiam era afastar das empresas o pessoal que estava mais identificado com a revolução de Abril, que se sindicalizava, que eram militantes partidários, que iam às manifestações, que dinamizavam comissões de trabalhadores, enfim, que tinham vivido, cada um à sua maneira, a luta contra a guerra colonial e contra o Estado Novo e tinham participado no Abril 74.

O ódio a essa gerações de democratas e patriotas que depois haviam de construir uma das democracias mais avançadas do mundo (o SNS, massificação do ensino público, históricas conquistas realizadas pela mulher, etc.) nunca deu tréguas. A forma assanhada e persistente como hoje atacam os reformados tem essa marca reacionária e fascista que nunca abandonaram, que lhes está no ADN. Afinal são as gerações que fizeram história, uma história bonita - a da Liberdade, a da Democracia e a da luta contra a Guerra Colonial.

Mas é verdade! São os reformados que vão decidir o vencedor das próximas legislativas. Mobilizá-los com seriedade e respeito é a palavra de ordem.

Anónimo disse...

Visão muito interessante de um segmento transversal da nossa sociedade, as pessoas que já saíram do activo ou se aproximam da reforma, um segmento que ainda é o pilar da coesão social, que nunca virou as costas aos mais novos, que se matou a trabalhar e a dar tudo de si para construir Portugal com a cabeça erguida, mas que deixou de merecer respeito desta gente, com ideologias que emergiram a fundo com o cavaquismo e os ventos neoliberais tacherianos.
Parabéns pelo testemunho!

cicuta disse...

Totalmente de acordo com o que escreveu o Fernando Romano; O problema é que a maioria dos reformados não são tão esclarecidos como o Sr. pois é vê-los a ler o Correio da Merda e o semanário Apagão, ou será da Manhã e o Sol? Ou seja, mais merda e apagões no cérebro das pessoas.
No caso do 1º, julgo que a maioria, compra mais palas fotos das gajas descascadas e pelos sorteios para tótós.
Mas adiante; O problema é que a maioria vota por "clubice" e como burro velho não aprende nada novo, vão votar nos mesmos. Os que não são "burros", talvez tenham aprendido alguma coisa depois de terem levado no "coiro" forte e feio com estes gajos.