Digam lá se isto não é tudo farinha do mesmo saco?

O Dr. Relvas vai publicar uma obra. A meias com Paulo Júlio (condenado em 1.ª instância por crime de prevaricação de titular de cargo político). O prefácio é de Aznar (amigo de Dias Loureiro e Barroso). A apresentação estará a cargo de Durão Barroso, regressado à pátria após se ter notabilizado por ameaçar o Tribunal Constitucional de que, se chumbasse os cortes inconstitucionais do Governo, teríamos «o caldo entornado».

Ninguém está esquecido das peripécias em que se envolveu o Dr. Relvas no Governo — e das razões por que foi colocado de pousio. Ainda assim, várias «personalidades», como Fernando Ruas, Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes e Luís Marques Mendes, bolsam testemunhos para o livro, o que, segundo uma fonte não identificada da editora, «reforça o carácter desta obra enquanto documento que proporciona uma análise inédita da história política e institucional contemporânea de Portugal, abrindo novas perspectivas sobre o futuro da governação do país».

Fazia sentido a medida constante do memorando da troika de reorganização da estrutura da administração local, ou seja, a redução do número de municípios, a fim de lhes dar uma dimensão adequada. Foi a medida que o Dr. Relvas fugiu a sete pés de cumprir, com medo dos autarcas. Também se revelou incapaz de alterar a lei eleitoral autárquica. Vistas bem as coisas, o Dr. Relvas publica a sua obra para se gabar de quê?