quinta-feira, junho 04, 2015

Leituras

• Bernardo Ferrão, Foi você que pediu um programa? Qual é a pressa?:
    «(…) Para quem tinha alguma expectativa (e eu não tinha) sobre as ideias da direita, desiludiu-se. A AD trouxe-nos um cromo repetido: o programa de estabilidade. E quis entreter-nos com uma mão cheia de desafios e garantias que nada têm de concreto. Um exemplo: O que fazem à Segurança Social? Silêncio. Por agora, nada. Nem uma proposta sobre um assunto tão relevante.

    (…)

    Por mais eloquentes que sejam as palavras dos dois líderes partidários, isso só não chega. A coligação pôs-se a jeito. Quis marcar terreno, antecipando-se ao programa do PS, mas mostrou ao país inteiro quão atrasada está. E pior, sem nada para dizer.»
• Magalhães e Silva, Feios, porcos e maus (cessaram as dúvidas: o PSD e o CDS não querem a lei do enriquecimento injustificado):
    «(…) Basta ler o acórdão do Tribunal Constitucional que reprovou a lei anterior para se concluir que, também esta, vai ser reprovada. O que o PSD/CDS bem sabem.

    Esta teimosia lembra-me a observação que, a propósito do tema, farei pela enésima vez e que assente como luva à atitude parlamentar da coligação.

    No célebre filme de Ettore Scola, a avó, interpelando o neto desempregado, atira-lhe o escárnio: "Andas à procura de emprego e a pedir à Virgem para não encontrares!"»
• Pedro Bacelar de Vasconcelos Os poderes do Presidente:
    «Há quatro anos, Pedro Passos Coelho celebrou uma vitória muito previsível nas eleições legislativas antecipadas que disputou. Por sua vez, o Presidente da República, que tanto trabalhou para forçar a demissão do primeiro-ministro do Governo anterior e precipitar a marcação das eleições, não cuidou sequer de disfarçar a sua euforia e logo se dispôs a atropelar o procedimento constitucional, para antecipar a entrada em funções do novo Governo de coligação do PSD e CDS. Com tantas provas de dedicação a este Governo, há quem comece a recear que Cavaco Silva possa admitir mantê-lo em funções, como Governo de gestão, até março de 2016, quando um novo presidente eleito finalmente o substituir. Embora pareça um cenário extremo, trata-se de uma possibilidade real que decorre das suas próprias declarações. (…)»
• Rafael Barbosa, No caminho certo:
    «Manter Portugal no "caminho certo". Não é pouco o que o PSD e o CDS têm para oferecer aos portugueses, no caso de estes escolherem a coligação de Direita para mais quatro anos de Governo. Sobretudo porque o elogio ao "caminho certo" inclui o caminho percorrido. E o "caminho certo", é bom recordar, não resultou apenas das imposições do programa de resgate e da troika. O tom agora adotado de suave propaganda eleitoral não chega para fazer esquecer a violência do caminho, fosse ele certo (para as elites do PSD e do CDS), ou errado (para os portugueses que tiveram de pagar o preço), e ainda menos que ele foi traçado com gosto e arrogância. (…)»
• Rui Pereira, Dono da bola:
    «O que se seguiu foi instrutivo. Blatter venceu uma eleição em que se suspeita da compra de votos, para depois se demitir. O eleito acusou os norte-americanos de o perseguirem por terem sido preteridos no Mundial de 2022 e afirmou que não receia ser detido.

    Talvez a primeira declaração tenha uma dose de verdade – o que não significa que a investigação careça de fundamento. Quanto ao mais, aconselho Blatter a não fazer viagens transatlânticas. Apesar de os EUA não preverem o crime de enriquecimento injustificado...»
• Valter Lemos, O politécnico e a política do preconceito:
    «(…) É essa política do preconceito, associada a cortes cegos de recursos, a que tem sido seguida pelo governo promovendo a degradação dos politécnicos. Mas a degradação destes terá também muita influência na degradação das cidades e das regiões onde existem, com especial impacto no interior do país. Uma política de preconceito com os politécnicos é também uma política contra Castelo Branco, a Guarda, Bragança, Portalegre, Beja, Viseu, Santarém, etc. A política do preconceito é sempre uma política contra a coesão social, mas também contra a coesão territorial. (…)»

3 comentários :

Anónimo disse...

Os princípios programáticos da direita fascizante cheiram a naftalina e são um belo achado arqueológico O culpado é o PS que colocou a fasquia muito alta (ainda bem) ao apresentar o documento dos 12 .Souberam criticar e questionar mas o silencio é demonstrativo da incapacidade de contrapor. FORÇA COSTA QUE ESTAS NO CAMINHO CERTO.A campanha eleitoral vai ser dura mas nós temos a força da razão e a razão da força. Os Portugueses merecem o nosso esforço e dedicação.

Anónimo disse...

Magalhães e Silva disse-o na AR: se quiserem que a lei tenha nem que seja a hipótese de não ser chumbada, mudem-lhe pelo menos o nome.

arebelo disse...

Recomendo vivamente a leitura do comentário de Rafael Barbosa aqui parcialmente referido e publicado no JN de hoje, a abrir e titulado "No caminho certo".Seria impossível ser-se mais directo e objectivo em tão curto espaço.Pena é que o "alinhem"na mesma página página com o beto malcriado dito a "vamp de Joane"(até o nome me inspira nojo).