Pacheco Pereira na Sábado:
- «(…) 3. Contrariamente ao que hoje se repete de forma arrogante, não é verdade que toda a gente assumisse como favas contadas a derrota da coligação. No último programa da Quadratura com António Costa, foi exactamente isto que lhe disse. No prefácio para o livro de Bernardo Ferrão e Cristina Figueiredo sobre Costa escrevi o seguinte, que reafirmo de novo como interpretação do que correu mal com o PS: "Daqui a poucas semanas, António Costa enfrenta o seu destino manifesto e não pode falhar. (...) O País precisa de gente zangada, indignada, furiosa com o estado em que Portugal está, com as malfeitorias que têm sido feitas aos portugueses, com o cinismo face aos desempregados, aos reformados, aos pensionistas, com a linguagem de divisão dos portugueses entre novos e velhos, com os velhos a 'roubarem' aos novos o seu futuro, com a apologia da lei da selva no trabalho, com o desprezo colateral e assistencial pela pobreza. São causas maiores e estes portugueses estão sozinhos e correm o risco de ficarem invisíveis. É com eles que se pode ganhar eleições a sério e, mais ainda, mudar o que é preciso. Se Costa passar ao seu lado, passa ao lado do destino que deseja."
4. Foi o que aconteceu: Costa dirigiu a campanha do PS para um "centro" que não existe, e que é hoje um mito da análise, e que, se existisse, preferia o original, a PAF, à imitação, o PS. A coligação PAF não é do centro-direita, mas da direita, e o PS propôs no seu "programa dos economistas" uma variante do programa de "ajustamento". Contrariamente ao argumento ad terrorem da coligação, o PS fez uma campanha à direita e perdeu exactamente por isso. Ou de onde é que pensam que vêm os votos no Bloco de Esquerda? (…)»
5 comentários :
tanta gente que aqui tem dito isso e tanta porrada que tem levado dos militontos que por cá pululam.
Nunca estive tão próximo de Pacheco Pereira como tenho estado nos últimos anos.Com uma diferença(?):votei no Partido Socialista.
Quero crer,que António Costa,já percebeu o erro politico e as consequentes más escolhas que fez a vários níveis.Um dos erros,foi ter feito a campanha que o Seguro e acólitos teriam realizado se se mantivessem à frente do Partido.Não deixa de ser patética a prestação que Beleza,Laranjeiro,Brilhante e outros opacos, tiveram imediatamente a seguir ao resultado eleitoral de Domingo passado.O Partido Socialista,só tem que voltar à essência da sua genética e isso, jamais será possível com a sua ala liberal,que a outra situação não conduziria que não fosse ao desaparecimento(do PS) enquanto referência, que ainda é, dos valores e princípios que (no pós segunda guerra mundial)foram a argamassa da Democracia e Progressos Sociais e Civilizacionais,jamais conhecidos antes na História da Humanidade.E é a esses Valores e Princípios que urge regressar,rápido e em força.A luta,hoje,só pode ser essa.
Morgado, não ponho as mãos no fogo em como Pacheco Pereira não votou no PS: na PàF é que não votou de certezinha!
Houve uma altura, em que o PS subia e distanciava-se da canalha fascista... Depois, houve uma altura em que começou a descer... Quando é que foi?
Foi aquando do confronto entre Tsipras e a tróika... O PS não foi solidário com Tsipras e isso foi fatal. O PS deveria ter sido mais solidário com Tsipras, mas não foi.
Sim, Pacheco, mas olha lá bem que esses votos inesperados do Bloco de Esquerda já não provêm diretamente do PS: vêm é do Marinho e Pinto, que agora ficou a "seco", precisamente porque os votos do patusco MPT nas Europeias é que vinham TODINHOS do PS - contra o tózero - e são exatamente os que agora o BE averbou sem saber ler nem escrever: SÃO OS VOTOS DOS SOCIALISTAS DE ESQUERDA, QUE NÃO SE REVÊEM NUM PS AMBÍGUO, TIMORATO, TECNOCRÁTICO, COM MEDO DO SEU PASSADO E COM A BOCA CHEIA DE FAVAS!
E a esses podem vir a juntar-se os votos de muitos mais, como eu próprio, QUE AGORA VOTEI EM ANTÓNIO COSTA, mas que nunca, nunca irei votar num pasok.pt.
Digam isto lá bem alto aos doutores porfírios que gizaram este aberrante PS com papas na língua - e a todos os silvas em geral...
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