sexta-feira, janeiro 13, 2006

A broncopneumonia do gato constipado

O 24 Horas deixou esta manhã o país em estado de choque: as chamadas telefónicas particulares dos titulares dos altos cargos do Estado foram objecto de análise durante um determinado período de tempo. O Presidente da República convocou Souto Moura e fez-lhe um ultimato: exige um inquérito rigoroso e célere. O procurador-geral da República, aparentemente aturdido, anuncia, após o encontro com Sampaio, a instauração de “um inquérito o mais rigoroso possível” [sic] e que serão extraídas do inquérito "todas as consequências daquilo que for apurado".

Entretanto, Souto Moura regressa à Procuradoria-Geral da República. Ninguém esperaria que, poucas horas depois, já houvesse fumo branco. Mas o procurador-geral emite um comunicado, no qual garante que “é falsa” a notícia divulgada hoje sobre o registo de chamadas telefónicas de altas individualidades do Estado, no âmbito do processo Casa Pia.

Em simultâneo, António Cluny, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, com o bom senso a que nos acostumou, não faz a coisa por menos. O Ministério Público está a ser objecto de uma cabala: “Estamos perante um embuste monumental e é preciso saber com que objectivos esta notícia foi divulgada”, acrescentando que “ela poderia ter facilitado a demissão do procurador-geral da República”. E voltando-se para Belém, rumoreja: “Felizmente temos à frente da Presidência da República uma pessoa muito ponderada e com muita experiência, que teve um papel muito importante de contenção e rigor”.

Meia hora depois, essa “pessoa muito ponderada e com muita experiência”, ignorando o comunicado da Procuradoria-Geral, faz uma curta declaração, através da qual informa o país de que deu “um curtíssimo prazo” para que lhe fossem apresentadas as conclusões do inquérito.

Tendo-se comprometido a fazer um inquérito, e antes de o iniciar, Souto Moura aparece a desmentir a notícia. É a corporação “Ministério Público” no seu esplendor. A corporação à qual o Presidente da República havia dado ainda a mão, ao lhe permitir que, instaurando internamente o inquérito, fosse juiz em causa própria. Nem isso, com o atabalhoado e frouxo desmentido de hoje, Souto Moura soube agarrar. De que está ele à espera?

20 comentários :

Anónimo disse...

Basta o que basta
Se forem verdadeiras as escandalosas notícias sobre os registos pormenorizados das comunicações telefónicas de várias personalidades políticas alheias ao processo na investigação do processo Casa Pia, o destino do PGR só pode ser a demissão imediata. O que, aliás, surpreende é que seja preciso demiti-lo.
[Publicado por vital moreira] 13.1.06

Anónimo disse...

miaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuuuuu

Anónimo disse...

Quem diria que àquele meia leca lhe puxava o pé para ser da pide

Anónimo disse...

Se fosse numa empresa privada era despedido com justa causa.

assim vai ser eleito o homem do ano

Anónimo disse...

Ó palermas, leiam o Público. Isto inclui o parvo do vital que cada vez que debita o que quer que seja é sempre asneira precipitada.
Então, nem sequer houve escutas e foi a PT que forneceu os dados que nem sequer lhe foram pedidos.
O que faz isso é o Pedroso andar a fazer telefonemas pagos pelo Estado, isto é, pelos contribuintes.
Ele e todos os outros são abutres e ladrões.

«Telefonemas de altas figuras do Estado juntos por engano
14.01.2006 - 00h30 António Arnaldo Mesquita/Tânia Laranjo (PÚBLICO)



A Portugal Telecom (PT) assume um lapso na inclusão no processo da Casa Pia da facturação detalhada dos telefones fixos de algumas das mais altas individualidades do Estado, como Jorge Sampaio, Souto Moura, Mário Soares ou Almeida Santos, entre finais de 2001 e Maio de 2002.

O insólito incidente motivou o Presidente da República a fazer uma comunicação ao país, exigindo a realização de um inquérito urgente e dando conta de que seriam retiradas todas as consequências. O fantasma da eventual demissão de Souto Moura voltou a pairar, tal o tom grave assumido pelo Presidente da República, que se via pela segunda vez envolvido no processo da Casa Pia, desta feita com a junção aos autos de algumas dezenas de telefonemas feitos a partir da sua casa de férias, em Sintra.

Na origem desta situação esteve o envio da informação prestada pela PT. Estava em causa a facturação detalhada do ex-deputado Paulo Pedroso, então arguido, mas que à data dos factos em investigação exercia funções governativas e cujo telefone era pago pelo Estado. “Em 2003, o nosso sistema informático tinha essa fragilidade. Quando pedíamos informação sobre um número, ele gerava dados sobre o cliente. Nunca havia problemas porque os tribunais nos pediam os registos em papel. Neste processo, foi a primeira vez que um juiz exigiu os registos informáticos, o que levou a que fossem disponibilizados outros números do mesmo cliente”, disse ao PÚBLICO um porta-voz da PT. Daí o facto de terem sido enviados os registos telefónicos efectuados por outros números igualmente pagos pelo Estado.

A empresa, em comunicado, também assumiu ter chegado à mesma conclusão, após um rápido apuramento dos factos: “Após averiguação preliminar entretanto já realizada, a PT apurou que a informação foi prestada relativamente aos números solicitados, tendo sido ocultada por um filtro informático os restantes dados referentes a outros números do mesmo cliente – cuja identidade é sempre desconhecida pelos serviços. O sistema informático gera a informação agregada por cliente e não por número da linha de rede. Esta informação foi entregue ao Tribunal de Instrução Criminal em Junho de 2003”.

IN PUBLICO
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1244693&idCanal=21

Anónimo disse...

Mas, dadas as ligações de Pedroso e do PS ao aparelho de Estado, o engano da PT talvez tenha até interesse de investigar...

Só para saber mais umas coisas sobre PEDOFILIA...

Anónimo disse...

A PGR é a nova PIDE !!!!

Anónimo disse...

E a Casa Pia é o Ballet Rose e o PS a União Nacional...?

Anónimo disse...

Souto Moura é um tonto nas mãos daqueles procuradores sem rosto.

Anónimo disse...

Sugestão para o Miguel Abrantes:

Não nos quer dizer aqui quais são as compensações financeiras para os candidatos presidenciais que a lei prevê?

Anónimo disse...

Sáb Jan 14, 01:52:25 PM

O gajo ( magistrado ?) que escreveu isto é um cobarde. É natural que seja um desses que faz escutas às escondidas.

Anónimo disse...

E o nabo "anónimo" anterior é burro...
Nem sequer vê o que o "on" de facto é...

Se o Souto Moura sair antes do Cavaco entrar o "Miguel Abrantes" também vai estar na "festa" que o PS irá dar (tipo libertação do Pedroso Junior...)...?

Anónimo disse...

É com estes enganos que a plebe vai conhecendo os meandros da engrenagem e, no caso, como o cliente Estado vai pagando aos pais da Pátria. Afinal só é grave pela exposição da utilização abusiva dos meios do Estado e por expor figuras gradas do sistema. Não vejo que haja qualquer culpa do PGR, nem razão suficiente para a sua exoneração. O homem é um equilibrista exímio!...

Anónimo disse...

De volta não volta, os senhores Juízes, colcam-se na pele de simples funcionarios públicos.

Na verdade, o poder judicial não é eleito.

O poder Judicial não se sujeita ao voto popular, sujeitam-se ao voto interno nas suas proprias nomeações, nos seus proprios interesses de classe, como meros sindicatos representativos de classe.

É, ou não assim.

Ora, se algum Magistrado quer fazer parte do conselho de Administração, de alguma empresa publica, so tem que se propor atravez do acto eleitoral.

É assim na democracia.

No tempo do Botas Cardadas, quais eram os nomeados para esses cargos? Os Generais com 80 anos, Magistrados com 120 anos, os Comandantes de Castela com 75 anos, os Inspectores da PIDE com 65 anos, os Carabineiros da Legião com 92 anos.

Nunca li, então, nesse tempo, alguem levantar a voz por parte daqueles que hoje, não sendo eleitos pelo povo, gostariam de pertencer aos conselhos de administração da GALP, CGD, BP.

Então qual a diferença entre o estado novo e o estado do funcionario público?

Francamente não sei, venha o Abreu.

Anónimo disse...

A quem interessa esta tentativa de "coup d'état" na PGR a poucos dias da eleição do Presidente?

Porque anda nervoso o PS e os seus apêndices?

Porque se usa um potentado do jornalismo como 24 Horas (O Crime não estava disponível...) para servir os interesses do PS?

Ó "Miguel", isto não está correr como planeado...

Anónimo disse...

Parece que desta vez a culpa não vai morrer solteira.

Anónimo disse...

Uma boa parte desta malta são filhos de Pides e Legionários.
Como disse o Otelo e bem se os tivessemos toureado no Campo Pequeno como touros de morte, hoje estavamos mais limpos.

Anónimo disse...

O Cunhal também pensou nessa hipótese...

Então e tu, "Miguel"...?

"A quem interessa esta tentativa de 'coup d'état' na PGR a poucos dias da eleição do Presidente?

Porque anda nervoso o PS e os seus apêndices?

Porque se usa um potentado do jornalismo como 24 Horas (O Crime não estava disponível...) para servir os interesses do PS?"

Anónimo disse...

Operação Excel
A operação pela qual se conseguirá, enfim, o descrédito definitivo do Ministério Público e o fundamento para a substituição do Procurador Geral foi conduzida com mestria. A meio da manhã era um monumental e gravíssimo escândalo de escutas telefónicas a altas figuras do Estado, ao começo da noite era já só um raquítico lapso de um funcionário da PT. A noite permitiu, porém, corrigr a manobra: pela hora do jantar já se sabia onde tudo iria parar: se a culpa parecia ser, afinal, a dos procuradores que não sabiam ver coisas escondidas em CD's, o objectivo, que não podia perder-se era o PGR, sem perdão, ter de ir à mesma para a rua, e já! Estão de parabéns todos os que contribuiram para o efeito! O resultado está alcançado! Julgo saber que os magistrados vão deixar de ter um magistrado como PGR. Um novo mundo se aproxima. O Dr. Souto Moura é um homem bom e sério. Mas como tudo isso se tornou ridiculamente irrelevante no país em que vivemos e para o cargo em que ainda está!.

Anónimo disse...

Estão enganar quem? então leiam o ponto nº4 do comunicado "foi expressamente requerido pelo tribunal"..Ja sei, o culpado e o Ministro da Justiça e a porra dos elevadores do tribunal de justiça que não funcionam...fiquem descansados la vira a Pascoa para mais 15 dias de ferias á conta do ze povinho,


sexta-feira, 13 de Janeiro de 2006






Face às notícias hoje divulgadas na comunicação social relacionadas com o processo de fornecimento de facturação detalhada - e não de escutas telefónicas - a PT Comunicações presta os seguintes esclarecimentos




Comunicado PT Comunicações:

1 - A PTC mantém a confidencialidade de todos os dados sobre clientes, apenas facultando facturação detalhada mediante pedido feito por autoridades judiciais, nos termos da lei.

2 - As informações fornecidas dizem respeito a dados sobre facturação detalhada e não sobre escutas telefónicas. A facturação detalhada indica os números marcados, data, dia, valor, duração, hora e custo de chamada.

3 - O caso a que se referem as notícias hoje divulgadas reporta-se a uma solicitação de Abril de 2003. As informações solicitadas respeitam os requisitos de confidencialidade na medida em que não identificam o nome dos clientes – não há cruzamento do nome do cliente com o número.

4 - Na solicitação referida acima foi expressamente requerido pelo Tribunal que a informação fosse entregue em ficheiro electrónico, o que configurou uma alteração aos procedimentos até aí adoptados – listagem impressa em papel.

5 – Após averiguação preliminar entretanto já realizada, a PT apurou que a informação foi prestada relativamente aos números solicitados, tendo sido ocultada por um filtro informático os restantes dados referentes a outros números do mesmo cliente – cuja identidade é sempre desconhecida pelos serviços. O sistema informático gera a informação agregada por cliente e não por número da linha de rede. Esta informação foi entregue ao Tribunal de Instrução Criminal em Junho de 2003.

6- Com o objectivo de preservar a confidencialidade dos dados dos seus clientes, a PTC recorre regularmente a auditorias com apoio de especialistas de segurança.

Para mais informações, contactar:

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