‘A área que está adstrita à construção, nos planos directores municipais (PDM), “dava para um país com mais de trinta milhões de habitantes”, lembra. Os empreiteiros “vão continuar a fazer um país de monos ao alto, desabitados e em degradação”. E para “ultrapassar empecilhos que os PDM põem à ganância de construir, as câmaras chamam o Siza ou o Souto Moura para lhes fazer projectos que sabem que não podiam ser feitos”. Depois, os autarcas anunciam que o município terá uma obra do mestre. “É uma vergonha, é a bandalheira total.”’
Este parágrafo, que aparece na edição em papel do DN, não está disponível na Internet. Mas vale a pena ler A rebeldia sem direito a tréguas de um arquitecto sem trabalho, artigo sobre a vida (e as lutas) do arquitecto José Pulido Valente, de 70 anos de idade. O artigo termina assim:
‘A rebeldia, continuada, tem um preço. "Estou sem trabalho e tenho um camarada que trabalha comigo há 30 anos que não quer deixar de trabalhar comigo mas também não arranjo trabalho para ele." Há um travo de amargura na voz do arquitecto.’
4 comentários :
Uma vergonha. Porque é que, em casos como este, não nos dizem que "por toda a Europa é assim" ?
Por estas e por outras, aplaudo vivamente as intervenções do Prof. Vital Moreira, como vi no último Domingo, enfatizando a urgência na responsabilização dos agentes públicos. E referia-se justamente a esta área.
O Arq. Pulido Valente é um Senhor...
Que faz o seu nome aqui...?
O arquitecto José Pulido Valente tem a honra e a dignidade dos homens completos que já não existem na arquitectura portuguesa.São homens como ele que nos ajudam a suportar a inconcebível e desesperadora mediocridade nacional. Os Taveiras, os Graça Dias não são arquitectos, nunca construirão catedrais, nem de pedra nem de poesia, por mais que desenhem ou que teorizem.
Um cidadão a ser punido por exercer o seu direito de cidadania.
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