Escreve João Miranda:
João Miranda descobriu que a liberalização da propriedade das farmácias iria provocar um aumento do valor dos trespasses, porquanto haveria uma maior procura. E não vai haver uma maior possibilidade de acesso que resulta da liberalização da propriedade? Quantas farmácias poderão surgir na zona da Expo (em Lisboa), onde agora só há duas? O último período do trecho reproduzido leva a crer que João Miranda ainda não se deu conta de que, a par da liberalização da propriedade, irão poder ser abertas novas farmácias — muitas centenas, provavelmente.
João Miranda diz mais: “Acabam de perder o monopólio da propriedade das farmácias. Mantêm o monopólio da venda de medicamentos.” Não é verdade, os medicamentos não sujeitos a receita médica já são vendidos fora das farmácias em mais de 100 estabelecimentos.
Por outro lado, jcd diz que “subentende-se que nas zonas em que a capitação permite a abertura de novas farmácias, haverá alguma preferência para farmacêuticos instalados ou para licenciados em farmácia.” Por que subentende isto se um dos critérios, quando estejam em causa candidatos que queiram instalar farmácias numa mesma zona, é precisamente o inverso [“O menor número de farmácias do candidato”]?
Já AAA, à conversa com os blasfemos sobre o valor do canudo em farmácia, diz esta coisa surpreendente: “É provável que as médias de entrada nas faculdades de farmácia caiam em resultado desta liberalização parcial mas ficaria surpreendido se a queda fosse “a pique”, já que continua a haver um privilégio significativo associado à detenção das licenciaturas em causa.” Em sua opinião, é um “privilégio significativo” dos cirurgiões serem eles a operar os doentes?
É difícil entender este conjunto de reacções.
João Miranda diz mais: “Acabam de perder o monopólio da propriedade das farmácias. Mantêm o monopólio da venda de medicamentos.” Não é verdade, os medicamentos não sujeitos a receita médica já são vendidos fora das farmácias em mais de 100 estabelecimentos.
Por outro lado, jcd diz que “subentende-se que nas zonas em que a capitação permite a abertura de novas farmácias, haverá alguma preferência para farmacêuticos instalados ou para licenciados em farmácia.” Por que subentende isto se um dos critérios, quando estejam em causa candidatos que queiram instalar farmácias numa mesma zona, é precisamente o inverso [“O menor número de farmácias do candidato”]?
Já AAA, à conversa com os blasfemos sobre o valor do canudo em farmácia, diz esta coisa surpreendente: “É provável que as médias de entrada nas faculdades de farmácia caiam em resultado desta liberalização parcial mas ficaria surpreendido se a queda fosse “a pique”, já que continua a haver um privilégio significativo associado à detenção das licenciaturas em causa.” Em sua opinião, é um “privilégio significativo” dos cirurgiões serem eles a operar os doentes?
É difícil entender este conjunto de reacções.
9 comentários :
Sentiram-se ultrapassados e não sabem como fazer oposição ........
Meu caro.
Há 3000 farmácias em Portugal e vão abrir mais 300, quase todas em novas zonas habitacionais. No centro de Lisboa haverá 2 ou 3 'spots' para novas farmácias, devido ao condicionamento da distância. No centro de Oeiras, nem mais uma. No centro de Cascais, idem.
Os donos das farmácias situadas nestas localizações e os donos de farmácias na província em que as novas regras de capitação não atingem os novos limites, são os mais beneficiados com a nova legislação. Custa muito a compreender isto?
É que há uma diferença entre a ANF e a Ordem dos Farmacêuticos. A ANF representa os donos das farmácias e a ANF aprova ESTA liberalização.
A Ordem representa todos os farmacêuticos e a maioria dos farmacêuticos não tem farmácia. Para estes, acabou-se a esperança de conseguirem uam farmácia, tendo que competir contra quem tem dinheiro. Por isso a ordem é contra.
Em relação à preferência, é óbvio que estava enganado, a preferência é só para as farmácias hospitalares, que também contam para o cálculo da capitação, e que vão ser 1/3 ou 1/4 das novas aberturas e que são, evidentemente, as mais desejadas.
O AAA, também tem razão. Os filhos dos farmacêuticos deixam de ter que ser licenciados em farmácia. O atractivo do curso é agora menor. Não acha óbvio que as médias caiam?
Pegue agora num mapa da Expo. Ponha um compasso na primeira farmácia e faça um círculo de 350 metros à volta. Faça o mesmo para a segunda. Faça o mesmo para as farmácias de Moscavide e da zona ocidental à Estação do Oriente.
Agora veja lá quantas novas famácias em zonas de interesse consegue enfiar mais naquele espaço.
ANF, 1 - GOVERNO, 0.
Este facciosismo pró-governamental – argumentando contra todas as evidências - é, no mínimo, bastante revelador sobre o autor do post.
Os excelentes Blasfémias e O Insurgente, compostos por bloggers que sabem pensar por si próprios e não se deixam “apanhar” por acções de propaganda governativa, passaram a incomodar o CC.
O CC presta um serviço tão ou mais empenhado do que aquele que poderia ser desempenhado por uma agência de comunicação contratada e paga pelo Ministério da Saúde.
Tambem me parece que a ANF sai reforçada deste acordo, apesar da cara de "mau" do Cordeiro e do rasgado sorriso do 1º primeiro ministro, José "tanso"Socrates.
Para fazer esta cagada, bem seria que fosse a banhos para a praia de Algés.
Entre as centenas de contos que pagam os reformados em medicamentos, com reformas miseráveis e entre os filhos dos farmaceuticos, meus caros, é obvio, que estou entre os defensores daqueles que pagam dezenas de contos por mês em medicamentos, a não ser que seja a ADSE a pagar, no fundo acaba por ser aqueles os mais prejudicados.
Dizia-me, há pouco, um distribuidor de uma multinacional, os medicamentos vendidos aos Hospitais, sai ao preço da uva mijona.
Então em que ficamos e como explicar, que em Espanha, o preço do "dilfar" vendido ao público, seja a metade do preço, do que aqui é praticado.
Soluções? claro que há e ja aqui tenho manifestado, mas como temos, um prazer louco, destruir aquilo, que temos de bom e que poderemos melhorar, para entregar aos "patos bravos" do medicamento, o negocio da china.
Que desiluzão
Como li algures, Portugal tem de dar um grande trambulhão, venha ele, ca estarei para a sopinha de massa.
Meus caros, quando o poder economico se sobrepõe ao poder politico, então, nada mais resta.
Se há, como dizem 3000 farmacias na posse de privados, então, o break even seria haver 3000 farmacias do e para o contribuinte, chamem-lhe do povo se quiserem.
A saúde é de todos e para todos.
Já não se paga a taxa de serviço nocturno, ate nisso foram infelizes, porque a taxa é uma remuneração de quem faz a noite, logo, vão ficar prejudicados os trabalhadores que ficam 24h de serviço.
Até nisso.
Que desiluzão.
A isto chama-se politica do encolhe e estica, e eu que ate e mantenho, um fezada neste 1º Ministro.
Roma e Pavia não se fizeram num dia, pois não, mas este caminho merece que se conduza em auto estrada, penso eu.
O ZéAparvalhado
Boa tarde,
Ai este "Blasfemos" só são liberais quando lhes convèm.
Já agora : há liberais em Portugal ?
Cordeiro impôs a Sócrates um novo regime de condicionamento reconhecidamente anacrónico, de que saem altamente beneficiados os actuais proprietários das farmácias.
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