segunda-feira, junho 19, 2006

Recordar é viver

De um artigo de Miguel Sousa Tavares, intitulado Portugal sob escuta, saído no Publico, reproduzimos então [2 de Dezembro de 2005] o seguinte extracto:

    "Há muito que entendo que o Ministério Público funciona em rédea livre, fazendo o que quer e não fazendo o que não quer, sem dar satisfações nem prestar contas. Por isso mesmo, liberto dos constrangimentos dos políticos e ponderando entre dois males efectivos, sou a favor do fim da autonomia total de que actualmente goza. Hoje, confrontado com a deriva antidemocrática a que conduziu a autonomia total do Ministério Público, prefiro o perigo de uma investigação criminal hierarquicamente subordinada a um poder legitimamente eleito do que entregue aos próprios, sem orientação nem controlo democrático externo. E acho que se poderia e deveria começar pelas escutas. Que houvesse um órgão independente, com membros designados pela Assembleia e pelo Presidente, a quem a Procuradoria-Geral da República submeteria regularmente um relatório completo das escutas efectuadas e em curso, quem e porquê as tinha ordenado e com que resultados. E que, ao fim de um prazo a definir por lei, mas nunca mais de seis meses, as operadoras telefónicas fossem obrigadas a informar directamente os clientes, sem passar pelo tribunal, de que o seu telefone estava sob escuta, desde tal data e à ordem de tal magistrado.

    Nada fazer é pactuar com a instalação paulatina de um Estado policial onde o direito à intimidade da vida privada deixou de contar.
    "

5 comentários :

Anónimo disse...

Às vezes o MST tem umas ideias brilhantes.

Anónimo disse...

Gosto Canal Saudade do Miguel... É pena é que dê sempre as mesmas músicas.

Anónimo disse...

Este MST não é o mesmo que, quando arguido, faltou inúmeras vezes à audiência de julgamento, aproveitando o regime legal então em vigor, obrigando advogados e testemunhas a perderem o seu tempo com diversas deslocações ao tribunal?
Pois é, bem prega Frei Tomás...

Anónimo disse...

Pois eu gosto mesmo é do penúltimo comentário (33º) no post:
http://corporacoes.blogspot.com/2006/06/cartilha-maternal-de-joo-de-deus.html

É pena que o "Miguel", sucessivamente, o vá apagando... Porque será?

Cleopatra disse...

Sobre isto... já disse o que tinha a dizer!