quinta-feira, julho 20, 2006

Operação Furacão”: uma notícia, três notas




1. A notícia é do DN: Bancos podem ser acusados de co-autoria na fraude. As fontes do jornalista são, segundo o próprio, as seguintes: “fonte oficial da Procuradoria-Geral da República (PGR)” e “fontes próximas do processo”. O processo é a “Operação Furacão”, que, ao contrário do que sucedeu com o processo Casa Pia, não regista fugas de informação.

Primeira conclusão: é mais fácil achincalhar o jet-set e os políticos do que os banqueiros.

2. A crer no que o articulista escreve, fonte oficial da PGR está a entreabrir a porta dos fundos: “terá que ser feita prova de que houve conivência ou facilitação dos bancos na colocação dos capitais em contas offshore, proporcionando uma fuga ao fisco.” Mas na mesma notícia se diz que, para além da fraude detectada pelo fisco numa empresa de Barcelos, um casal de médicos se dirigiu à Polícia Judiciária do Porto, denunciando “uma série de pormenores sobre produtos bancários que lhe terão sido oferecidos”. Presume-se que os “produtos bancários” foram “oferecidos” por instituições bancárias.

Segunda conclusão: alguns chicos-espertos foram apanhados nas malhas, mas ainda não há nenhuma evidência de que os “produtos bancários” “oferecidos” nos balcões das instituições bancárias fossem do conhecimento das próprias instituições bancárias e, muito menos, dos banqueiros. Conhecem a estória do mexilhão?

3. Estando o processo ainda em segredo de justiça, os leitores não podem esperar que constem da lista de devedores ao fisco todos aqueles clientes que, nas quatro instituições bancárias apanhadas na “operação Furacão”, eram objecto de tratamento privilegiado no chamado “private banking”

Terceira conclusão: teremos de aguardar a actualização da lista de devedores (desta ainda não publicada).

3 comentários :

Anónimo disse...

Omo lava mais branco...

Anónimo disse...

Não foi nesta operação que os bancos souberam uns pelos outros do que se passava ????? Anedótico ou não ....

Anónimo disse...

As administrações dos Bancos não sabiam nada do que se estava a passar.
Foram os funcionários desses Bancos que improvisaram aquele esquema todo das facturas falsas para justificar as saídas de dinheiro das empresas dos clientes.