“Algures, sempre aparece um asterisco, letras miudinhas, um texto imenso que desincentiva a leitura. É assim em muitos contratos e é também exactamente o que acontece na compra de muitos produtos financeiros. Para o investidor particular que subscreve um fundo de investimento ao balcão de um banco, a informação que salta à vista é a da rendibilidade do produto. Na escolha de acções para comprar, a tentação dos aforradores menos habituados é a de analisar as valorizações em bolsa como único factor de decisão. Porém, há muito mais para escolher. Há que ver as tais letras miudinhas, que mudam de banco para banco, de casa de investimento para casa de investimento, e escolher as que sugerem as melhores condições. O novo simulador da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários – a entidade que supervisiona o mercado de capitais – propõe-se ajudar nessa tarefa. O sistema que será disponibilizado pelo organismo na próxima quarta-feira vai comparar preços cobrados pelas casas de investimento. Preços, comissões, o que se paga para resgatar o dinheiro de um fundo antes de decorrido determinado período (comissão de resgate), os valores a pagar para entrar no fundo (comissão de subscrição), entre outros, poderão ser testados pelos investidores. Para que não haja surpresas quando, afinal, o resultado líquido do investimento é bem inferior ao que disse a calculadora que se tem em casa. São os simuladores ao serviço da concorrência, tal como já acontece nas telecomunicações, com dispositivos de comparação de tarifários. Agora basta que os interessados se habituem a usá-los.”
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