Não sei se Cândida Almeida anda em campanha eleitoral. Mas, desde que deu uma entrevista, em 2 de Junho, ao semanário O Independente, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) aparece, dia sim, dia não, nos jornais.
O tema sobre o qual a procuradora tem discorrido nos últimos dias tem sido a corrupção. Posso estar a ser injusto, porque os jornais não têm o hábito de reproduzir fielmente o que está na origem da notícia. A verdade é que, no essencial, um artigo do Público de hoje, sobre um colóquio organizado pelo Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, reproduz as mesmas ideias que Cândida Almeida expôs numa outra iniciativa relatada anteontem no DN.
E que preocupa Cândida Almeida? Os presentes que os funcionários públicos recebem. Assim a coisa que mais a indignou foi “uma viagem à volta do mundo e um mês de férias na Quinta do Lago para o decisor e família”. Não nego, como salientou Fátima Mata-Mouros na mesma ocasião, que os presentes corrompam. Mas será esse o problema essencial a ter em conta no combate à corrupção?
Há, em primeiro lugar, que distinguir a grande corrupção da pequena e média corrupção. A grande corrupção “paga-se” com viagens à volta do mundo, por mais numerosa que seja a família do decisor? Não creio.
1 comentário :
A leniência em relação "à pequena corrupção" significa a anomia em relação à grande.
O problema é apenas de grau...ou de escala se quiser.
Embora discorde de Cândida de Almeida e considere que já devia ter saído há muito de onde está, concordo com a preocupação dela.
E no entanto, quanto à grande corrupção, ela tem em casa o marido Maximiano que sabe muito bem como se desenvolve a grande corrupção, pois investigou o caso do fax de Macau que acabou em quase nada. E quanto aos tubarões, ficaram no mar alto, à procura de outras oportunidades.
Max disse que nada viu.
É pena e isso faz dele um anómico. Mais um.
PS. Embore não assine, V. sabe de quem se trata...respeite por isso a minha discrição.
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