terça-feira, agosto 22, 2006

Fahrenheit 451




Da Literatura é um blogue notável, uma das leituras diárias deste vosso escriba. A propósito da passagem do centenário do nascimento de Marcello Caetano, Eduardo Pitta publicou um extracto de um artigo do futuro presidente do Conselho de Ministros na revista Ordem Nova, que agora se reproduz:

    “Têm ultimamente aparecido nas livrarias [...] vários livros obscenos. Houve já uma inundação parecida, aqui há uns anos, quando um tal Sr. Raúl Leal publicou um opúsculo intitulado Sodoma Divinizada, que nas montras era ladeado pelas Canções dum tal António Bôto e por um livro de grande formato intitulado Decadência, duma desavergonhada chamada Judit Teixeira. A intervenção dos estudantes de Lisboa pôs cobro a êste estado de coisas com grande indignação do Sr. Júlio Dantas e de vários outros impagáveis bípedes, catedráticos e não catedráticos, académicos e não académicos. Êle há cada um! O facto é que o Leal e o Bôto e a Srª Judit Teixeira foram todos para o Govêrno Civil onde, sem escolha, se procedeu à cremação daquela papelada imunda, que empestava a cidade. [...] É nestas alturas que nós apreciamos a blague da opinião pública [...] Que degradação! [...] E têem, os pobres!, a pretensão de serem originais, de serem superiores ao vulgo, sobranceiros às conveniências! Que miséria e que tristeza! [...]”

2 comentários :

Anónimo disse...

De escriba tens pouco. És mais fariseu ou lápis azul da PIDE/DGS.
Isso sim está no teu sangue.

Anónimo disse...

Por esta ordem de ideias, os escritos de juventude de muitos dos nossos políticos que viraram a casaca, serão o parâmetro da avaliação do seu modo de pensar e da definição do seu perfil.

Estou já a ver o filão...entre comunistas, socialistas e afins.

Um tiro no pé, do PItta a incensar o Boto. O Botto! Que era o que era...