"A principal questão é saber se privatizar os sistemas, como propôs o presidente Bush para a Seguridade Social nos EUA, solucionaria o problema ou agravaria as coisas. Com muitos países ponderando se deveriam adotar variantes do plano de Bush, a questão requer cuidadosa análise.
A privatização não é a solução. O sistema privado de pensões americano, atualmente em dificuldades - hoje com déficit de várias centenas de bilhões de dólares - já parece a caminho de uma operação de salvamento por parte do governo. Houve tempo em que a privatização - que permitiria a cada pessoa administrar a própria conta de poupança - parecia melhor do que a Seguridade Social, que investe em títulos do Tesouro dos EUA, com rendimentos mais baixos. Os defensores da privatização alegam que os fundos renderiam muito mais, se investidos em ações, e prevêem retorno de 9%.
Mas o mercado acionário não garante retornos, nem assegura que as cotações acompanharão a inflação - houve períodos em que não acompanharam. A Seguridade Social cria uma blindagem para proteger as pessoas contra inconstâncias do mercado e da inflação, criando uma forma de seguro que o mercado privado não oferece.
A Seguridade Social desempenha seu papel com notável eficiência. Os custos de administração são bem menores do que os que incidirão no caso das contas privatizadas. Isso é compreensível: as firmas de investimentos privados gastam enorme somas em marketing e salários."
ADENDA — Acrescento à lista um artigo de Teodora Cardoso no Diário Económico: Pensar o futuro.
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