sábado, setembro 02, 2006

Serviço Nacional de Saúde – três testemunhos


Caso 1

Extracto de um e-mail de um leitor:

    “(…) começo a ficar indignado com os sucessivos ataques ao SNS. Os pescadores de águas turvas não querem a melhoria do SNS, querem apenas aboli-lo, para entregar este grande negócio aos Mellos. (…) o meu contacto com os estabelecimentos de saúde leva-me a concluir que, se há muito a fazer (e há), a situação actual está longe de ser catastrófica como muitos apregoam. (...) há dias um filho meu fez 5 anos e logo recebi em casa uma carta do Centro de Saúde a alertar para a necessidade de ele tomar a segunda dose da vacina da meningite. Há um cuidado com as pessoas que cumpre enaltecer.”

Caso 2

Tiago Barbosa Ribeiro, no Kontratempos, escreve sobre uma situação vivida no HOSPITAL PEDRO HISPANO. Um post extenso que peço que seja lido na íntegra.

Caso 3

Na Escola de Lavores, uma das docentes, Dina, fala da sua experiência com o SNS.

5 comentários :

Anónimo disse...

Em certa altura, no post:

"O familiar, sem carro nem possibilidade de locomoção, fala ao médico na assistência ao domicílio. Tudo natural num país civilizado. Em Portugal não. Resposta do médico? «Vá de carroça». De carroça. Não era brincadeira. Reclama-se na secretaria do hospital: «Sabe, o médico hoje está maldisposto». Maldisposto. Em qualquer sítio decente, o médico seria sujeito a uma sanção. Num hospital público de Portugal, não."

Anónimo disse...

Interessante o facto de todos os medicamentos deste médico serem da da Daquimed SA


(...)"Por falar em indisposições. Abandona-se o hospital pela 1h da madrugada e procura-se a farmácia mais próxima para comprar os três medicamentos prescritos. A mais próxima, em Matosinhos, está fechada. Há serviço permanente em Leça da Palmeira. Entrega-se a receita. A farmacêutica olha e diz que não tem um dos medicamentos: «tenho vendido muitos esta noite». E o médico não dispensa o genérico, está na receita. Opção? Senhora da Hora. Procura-se a farmácia aberta. O farmacêutico olha para a receita, espanta-se. Não tem os medicamentos. Só naquela noite, cinco pessoas - 5 - foram lá com a mesma receita. Todos vindos do Hospital Pedro Hispano, com a vinheta do mesmo médico. O farmacêutico questiona a credibilidade do médico e do próprio hospital. Nada a fazer. Rumo ao Porto. Uma das farmácias de serviço fica na Praça da República. Vai-se lá. O farmacêutico diz o mesmo dos outros dois. Ensaio do desespero. Mas recomenda uma farmácia para os lados do Amial. Está de serviço. E tem os medicamentos.

Compra efectuada, abrem-se as caixas e - oh, surpresa - dois dos medicamentos são comercializados pela mesma empresa: Daquimed, SA. Que, por sinal, tem sede em Matosinhos. E o terceiro medicamento tem a tutela da Tecnimed, cujo grupo é parceiro da Daquimed. O médico tem um nome: Marciel Gandara. Da próxima vez que forem ao Pedro Hispano, lembrem-se dele. É com profissionais assim que quase todos os serviços públicos são buracos negros orçamentais, sem qualidade nem eficiência.(...)

Politikos disse...

A natureza dos hospitais: privada ou pública não faz deles melhores ou piores. Infelizmente tive, com o meu pai, múltiplas e variadas experiências com hospitais, públicos e privados (mais com estes, pois ele tinha um bom seguro de saúde), e tenho muito pior a dizer dos privados do que dos públicos... Um dos belíssimos hospitais privados sobre o qual poderia contar alguns episódios dá pelo nome de Hospital Particular, em Lisboa...

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

É bom saber, pelo post, que há servilos de saúde que funcionam bem e até têm preocupações com os seus utentes.
Infelizmente não posso dizer bem. Alfragide não tem centro de saúde, sendo a população servida pelo pretenso centro de saúde (!?)da Buraca. Inenarrável.
Há anos que escrevo a ministros da saúde, sem sucesso.