domingo, outubro 22, 2006

Juiz Desembargador Rui Rangel: “O Ministério Público não perdoa o facto de o novo PGR vir de fora desta corporação”

O Juiz Desembargador Rui Rangel escreve hoje sobre o Poder simbólico do procurador-geral da República, a propósito do chumbo do nome de Gomes Dias para vice-procurador-geral pelo Conselho Superior do Ministério Público. Aqui fica a parte do artigo que respeita a este tema:

    “O PGR não manda nada ou manda muito pouco. Não há democracia que valha para justificar esta insensatez.

    O chumbo do nome de Gomes Dias para vice-procurador-geral pelo Conselho Superior do Ministério Público, proposto pelo procurador-geral da República, Pinto Monteiro, vem demonstrar que, em questões essenciais, o PGR tem um mero poder simbólico. Esta embaraçosa situação, de revés e de fragilidade, em que o CSMP colocou publicamente Pinto Monteiro, espelha uma triste realidade: o PGR não manda nada ou manda muito pouco.

    Os poderes invisíveis, que são exercidos com a cumplicidade daqueles que estão interessados em enfraquecer o seu poder, colocando-lhe minas e armadilhas no caminho, já deram internamente um sinal de poder e de força. E aqui não há democracia que valha para justificar esta insensatez dos membros do CSMP. Trata-se de um cargo da inteira confiança pessoal do PGR, que é vital para o bom exercício das suas funções. A lei que confere esta competência aos membros do CSMP está errada. Imagine-se uma lei que impusesse ao primeiro-ministro os nomes dos seus ministros e do seu gabinete!

    O actual PGR merecia um voto de confiança dos membros do CSMP. Os motivos invocados para vetarem o nome de Gomes Dias (desconhecimento da actual realidade dos tribunais, posições políticas conservadoras e passagem pela direcção da Polícia Judiciária) são medíocres, mesquinhos e nada credíveis. O ‘homem’ que nos cerca, aos milhares, que prospera e se reproduz no silêncio e nas sombras, é o medíocre.

    Pinto Monteiro só tem uma forma de combater este homem e esta mentalidade: é exercer de facto os seus poderes, como disse no discurso de posse, insistindo na escolha de Gomes Dias. Se recuar dará provas de fraqueza, agrava a desconfiança gerada sobre si e ficará para sempre nas mãos do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público que, face aos rumores públicos, influenciou e condicionou a votação secreta. O Ministério Público não perdoa o facto de o novo PGR vir de fora desta corporação. Só o pior cego é que não vê.”

3 comentários :

Anónimo disse...

AFRONTAR A "CANALHA" QUE VAGUEIA PELOS CORREDORES DO mp,É A ÚNICA ESCOLHA.
AS RATAZANAS, COMANDADAS PELO rataza mor "cluny", NADA MAIS SÃO QUE UNS MEROS PEÕES DE BREGA.
ORDEM E DISCIPLINA É URGENTEMENTE E NECESSARIA NESSA CASA.
O COSTA, TEM QUE ABRIR OS OLHOS E CORTAR A DIREITO.
KAVAKO

Anónimo disse...

eh eh eh, será que o comentário anterior é a sério? mas o comentador existe mesmo? e não lhe dão uns comprimidos, uma injecção, qualquer coisa, para o tratar??

Anónimo disse...

OS METODOS DE INJECÇÃO UTILIZAVAM-SE NAS PRISÕES DOS REGIMES TOTALITARIOS, AINDA NÃO PERDES-TE O VICIO. ESQUECES QUE VIVES EM DEMOCRACIA?
DEVES SER UM ASCO DE INDIVIDUO. VAI-TE TRATAR.