‘(…) as soluções radicais são um bom início de novos problemas. O Chile privatizou todo o seu sistema de pensões e foi um "case study" nas melhores escolas americanas. O sistema faliu, porque o mercado de capitais não garantiu as taxas de retorno em que o sistema todo assentava.
Resultado: os velhinhos chilenos já estavam há muito a viver da caridade, não tivesse o Estado a gastar anualmente mais de 3% do PIB para pagar as pensões que os fundos não cobriam.
Terceiro Mundo? Então é bom revisitar Paul Krugman, Gregory Mankiw, Robert Shiller e outros autores americanos, que não são perigosos esquerdistas, e comece a duvidar dos sistemas de capitalização puro e duros.
Também nos EUA há um grave problema de sustentabilidade da Segurança Social, agravado com a breve passagem à reforma da geração dos "baby boomers" do pós-Guerra. A falência do sistema está prevista para 2042 e os cálculos actuariais assumem que a economia vai, nos próximos 75 anos, crescer a uma média anual de 1,9% (contra 3,4% nos últimos 75).
São os mesmos cálculos que projectam uma taxa de retorno anual do mercado de capitais de 6,5%, no mesmo horizonte de 75 anos, para que os fundos de pensões paguem aquilo que prometem.
No longo prazo, lembra Krugman, o crescimento dos lucros das empresas é equivalente ao crescimento da economia. Para cumprir o mínimo de 6,5%, todos os anos, Wall Street e outras bolsas têm de valorizar as acções muito acima dos lucros. Sempre. Década após década.
Improvável? Não, impossível. A reforma de Vieira da Silva tem duas vantagens. Arranca com um acordo à partida. E não apresenta um abismo no ponto de chegada.’
quarta-feira, outubro 11, 2006
Sugestão de leitura – Segurança social
Subscrever:
Enviar feedback
(
Atom
)
1 comentário :
COMPLETAMANETE DE ACORDO.
RIVER
Enviar um comentário